quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Vozes de burro

“Os funcionários públicos são parasitas do OGE. Vão embora de Portugal! Funcionários públicos = pessoas com cartão do partido.”
“Concordo que a classe politica suga tudo, mas não são piores que a função publica, esse o verdadeiro cancro nacional.”
Com a democratização das novas tecnologias há cada vez mais bestas, daquelas que não conseguem fazer chegar a sua voz nem sequer perto do céu, a escrever as maiores burrices. Como, por exemplo, as que se podem ler no inicio deste post.
Podia ter escolhido outras. Ou, em lugar de duas, trinta ou quarenta frases semelhantes. Mas optei apenas por seleccionar estas duas opiniões que encontrei ao consultar um fórum de que sou habitual frequentador e que demonstram aquilo que em Portugal se pensa dos funcionários públicos. Choca-me que existam criaturas quem pensem assim. Não tanto pela opinião pouco abonatória que expressam acerca dos funcionários públicos mas, muito mais, pela ignorância que evidenciam e pelo ódio que sentem relativamente a outros portugueses.
Provavelmente quem assim escreve são os mesmos que berram e fecham escolas a cadeado quando não há auxiliares para tomar conta dos filhos ranhosos e mal-educados. Ou que guincham estridentemente quando se insurgem contra a falta de policias, de médicos e de qualquer serviço que o governo queira encerrar. Aí – e noutras circunstâncias também - porque lhes dói, porque os afecta, porque de alguma forma colide com os seus interesses muitas vezes mesquinhos, já reclamam pela “indispensável” presença dos funcionários públicos.

5 comentários:

  1. Eu penso que a função pública é essencial para o desenvolvimento de qualquer país.
    No entanto não posso deixar de me indignar quando chego a uma qualquer repartição de finanças ou Seg. Social e vejo uma sala repleta de utentes à espera de ser atendidos, vejo funcionários chegar depois da hora de entrada e, na cara dos utentes, vão tomar um café antes de começar a atender vagarosamente toda a gente, enquanto colocam a conversa em dia com os colegas!
    A função pública é necessária mas uma função pública competente, não uma função pública com hábitos ancestrais de fazer o menos possível só porque sobem de escalão automaticamente ou porque não são correctamente avaliados.
    Se a desculpa são os baixos salários ou falta de condições mudem-se, é para isso que servem os currículos, agora parem é de nos encher os ouvidos e de cortar avenidas dificultando o trânsito com conversas e reivindicações que eu não estou interessado em ouvir.

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  2. É 1 generalização de opinião dos "Funcionários Públicos"...
    Quem fala assim, geralmente sente muita inveja dos Funcionários Públicos.
    - Porque nós (FP) felizmente ainda temos algumas regalias, recebemos todos o subsídio de férias a 25 de Julho (inicio da época de férias) e o resto da comunidade só recebe quando vai realmente de férias.
    - Recebemos o subsídio de Natal a 25 de Novembro, na altura que ainda há muita coisa por onde escolher e também para os já tradicionais jantares de "fim-de-ano".
    - Temos direito a feriados, "pontes", subsídios extras, redução de horários, poucas horas de serviço etc, etc.

    Tudo isto KK, causa uma grande confusão a certas mentes, que não compreendem como é que temos 2 dias de folga por semana, + 22 dias uteis de férias e mais a cena da idade e anos de serviço, que nos aumentam os dias de férias, etc...
    O que realmente causa a esta gentalha, é o impacto chamado de: INVEJAAAAAAAAAAA!
    O que eu costumo dizer é que o nosso serviço está feito a tempo e horas e que quando precisam da gente "gemem a pastilha", por se rebaixarem aos serviços públicos e claro por consequencia aos Funcionários Públicos.
    Queremos e merecemos melhores salários e melhores condições de trabalho!
    MFCC

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  3. Anónimo

    Mau atendimento há em todo o lado. Bons e maus profissionais, idem; Bons e maus patrões também.Raríssimos os primeiros e em abundância os segundos.

    O argumento do escalão e da avaliação é, digamos, um argumento da moda. Existem, aliás, estórias maravilhosas acerca disso...Mas contar seria enfadonho e se calhar não percebia...

    Quanto ao café lembro-me, e tal como eu muitos em Estremoz se lembrarão, de uns certos funcionários de uma certa instituição bancária que perante uma bicha de clientes colocavam no balcão a placa de "encerrado" e iam beber café...e os clientes que esperassem ou mudassem para o final da bicha da outra caixa.

    Quanto às questões auditivas tem toda a razão. Compreendo-o perfeitamente. Ainda ontem tive de andar a "fugir" de um bando de fedelhos, estudantes ao que parece, que andavam a guinchar pelas ruas cá do sitio. Parvos é o que é. Se não gostam do ensino que têm então que se mudem...

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  4. MFCC

    Veja lá, coisa estranhissima nos dias que correm, ainda temos direitos!

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  5. Sou feliz como sou e não mudava de emprego, nem de profissão.
    E é verdade que se vê maus e bons funcionários em todo o lado: público e privado!
    Eu felizmente tive na minha formação 1 disciplina, que se chama Relações Interpessoais, á qual nos ensinava, como proceder no atendimento ao público, porém, sabemos que nem toda a gente nasceu com paciência e sabedoria para "aturar" certos casos de gentalha que já vem com o objectivo de "massacrar" o atendedor... E pior de resolver os seus probleminhas pessoais connosco... Trabalhem!
    MFCC

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