Não acho grande piada ao Carnaval. Tenho, no entanto, um enorme respeito e admiração por todos quantos dão o seu tempo e dedicação a organizar, trabalhar ou participar nas diversas manifestações carnavalescas que vão tendo lugar um pouco por todo o lado. É, essencialmente, devido a eles, à sua boa vontade e entusiasmo, que é possível pôr na rua largos milhares de pessoas, mesmo em localidades de pequena dimensão e quase despovoadas como é o caso de Estremoz.
Apesar do apreço que merecem todos os que contribuíram para a sua realização não posso, com toda a frontalidade, deixar de manifestar a minha opinião. Que, assumo-o também, nem sequer chega a ser uma critica. Porque para criticar seria necessário saber alguma coisa do assunto e de carnavais não percebo grande coisa. Nem, diga-se, tenho grande vontade de perceber. Mas a verdade é que não gostei. Não consigo deixar de pensar – erradamente, talvez – que o Carnaval é sátira, brincadeira e gajas nuas. Ora, não tendo visto nada disso, tenho alguma dificuldade em classificar o desfile como um corso carnavalesco. Vi, em contrapartida, carros e figurantes com mensagens publicitárias a empresas e produtos, o que me faz desviar o pensamento para outras designações que podiam ser atribuídas ao evento.
Motivos para satirizar obviamente que não faltam. Falta, quando muito, imaginação ou vontade de o fazer. Vá lá saber-se porquê. Podia avançar com a explicação que somos todos uns macambúzios ou que não gostamos de “dizer mal”. Mas tenho alguma dificuldade em o fazer. Especialmente quanto a esta última parte. Quando, ao longo do ano, se vão lendo e ouvindo as mais ferozes críticas a tudo e a todos, é no mínimo de estranhar que ninguém tenha coragem de, na rua e na altura apropriada, fazer uma sátira ou uma critica. Por mais suave que seja. Afinal seria tudo na brincadeira e nesta quadra ninguém levaria a mal.
Por fim as gajas nuas. Este ano até se compreendem as hesitações em tirar a roupa. As temperaturas não ajudaram e, pelo contrário, é de enaltecer a ousadia de alguns alegados foliões em desfilar de pernas ao léu. Não me venham é falar de “tabus” ou que as pessoas em Estremoz são “assim” ou “assado”. Não me lixem. Isso é conversa de quem se julga dono de uma superioridade intelectual que é quase sempre sinónimo de estupidez.
Assim sendo, a fotografia que ilustra este post mostra o que havia de mais parecido com “gaijas” desnudadas. É mau, mas é o que se pode arranjar.
Gosto muito deste espaço.
ResponderEliminarO sub-título deste blogue revela que a humildade é a grandeza da alma que o escreve.
Parabéns.
Um abraço do Rasteirinho.
Durante o período do Carnaval, a meu ver, não é mais do que uma junção de festejos populares em que cada cidade, vila ou aldeia deve brincar de acordo com os seus costumes utilizando a "imaginação" de todos quase sempre satirizando o que de mal vai no país, como dizes e bem no teu texto. Recordo-me agora dos "caretos de Posendo"(julgo que seja este nome).
ResponderEliminarGajas nuas e gaijos...pois é, na volta a estupidez é tanta que não tenhas dúvidas nenhuma que ainda existe muitos "tabus", não no seu verdadeiro significado mas mais do medo do "que os outros possam dizer, de botar o olho no que o vizinho tem numa cusquice sem fronteiras", coisas que eu jamais liguei e nas portas de muitos deve haver "tracinhos numa contabilização de saídas e entradas, com quem, nuos, semi-vestidos, vestidos ou mal vestidos, beijos que deram, amassos...porraaaaaaaaaa!". Deixai-os falar porque além da estupidez não existem santos nem santas e a maioria têm pés de barro!
Hoje o cenário está um bocadinho melhor!
A foto está girissima e o trabalhão que não devem ter tido, acho que é algo relacionado com água/oceanos(?) e este jovem ainda se mexe, agora ver "as boazonas ou gajas nuas a tentarem sambar/merengar" quando não fazem mais do que tremelicar? Que figurinhas tão tristes e o seu a seu dono e com estas temperaturas ainda vão parar às urgências hospitalares.
Finalizo com algo: depois de tantos anos ainda não me habituei a este frio, não tenho qualquer aquecedor e pareço o boneco da Michelin:)
Sejam felizes por favor!
O Carnaval é a sátira ao que se vive no "momento" a nível local, regional, nacional e internacional.
ResponderEliminarOs mais vistos foram os casamentos gays, o freeport, a face oculta, as mentiras óbvias do Sócrates, etc.
Aqui na Madeira nós temos o nosso verdadeiro Caranaval que se chama "Trapalhão", que é no meu ver o mais imaginativo e que retrata ridicularizando o dia-a-dia regional nacional e internacional.
O Carnaval Clássico, não passa de uma "cópia" do carnaval do Brasil, só que com temas regionais...
Vá lá que este ano voltamos a ter o AJJardim, personificando o Vasco da Gama
Quanto ao que o KK diz sobre a publicidade nos carros alegóricos, eu não concordo! E bem haja a quem tem a "ousadia" de ridicularizar os nossos políticos, empresários, anónimos, da nossa sociedade.
Eu até gosto do carnaval!
O Sr. em cima retratado está muito bem!
Quanto às gajas nuas, já é tão banal, que não ás ver dá piada até... (bem ou sou mulher e talvez seja suspeita em falar assim...)
MFCC