Como estarão recordados os que visitam com regularidade este blogue, desde há muitos meses - ainda muito antes das eleições - vinha escrevendo que fosse qual fosse o resultado da escolha dos portugueses, no ano que agora decorre assistiríamos ao congelamento de salários da função pública.
Tem sido anunciado que o novo Plano de Estabilidade e Crescimento deverá prever situação idêntica até dois mil e treze. Embora nada esteja confirmado acredito que assim irá acontecer. Tal como creio firmemente que essa medida só por si em nada contribuirá para o equilíbrio das contas públicas e que, antes pelo contrário, apenas servirá para agravar ainda mais a periclitante situação em que o país se encontra. O que, ou muito me engano, acabará por servir de pretexto a reduções salariais numa primeira fase e, posteriormente, a despedimentos de milhares de funcionários públicos. Até porque essa é uma exigência que começa as ser repetida demasiadas vezes por aqueles a quem interessa sacar recursos ao Estado.
Se, num primeiro momento, a opção pelo corte na despesa com salários parece razoável, uma observação mais atenta demonstrar-nos-á exactamente o contrário. Assistiremos a quebras no consumo, que conduzirão inevitavelmente a encerramento de empresas, eventualmente a um aumento da procura dos mercados paralelos e da chamada economia subterrânea – aquela que não paga impostos - e a uma baixa significativa nas receitas fiscais. Principalmente a resultante da cobrança de impostos sobre o trabalho e o consumo.
Se tenho ou não razão naquilo que escrevo – provavelmente a esmagadora maioria acha que não tenho e que os meus argumentos são facilmente rebatíveis – o futuro se encarregará de demonstrar. E, no caso, nem será um futuro muito distante. Basta esperar pelos próximos boletins informativos da execução orçamental, emitidos pela Direcção Geral do Orçamento.
"provavelmente a esmagadora maioria acha que não tenho"...
ResponderEliminarIsto se a esmagadora maioria achar o que quer que seja. Uns andam atoleimados com as exibições do Benfica, outros aguardam piamente a vinda do papa. O resto passa pelos intervalos da chuva.
"A esmagadora maioria" não acha nada porque dá muito trabalho e canseira parar para pensar pelas suas próprias cabecinhas.
ResponderEliminarNão há mal que sempre dure...acredito que iremos dar a volta como ao longo dos anos demos...mas jamais com "estes funcionários públicos que ganham milhões - do PR ao simples deputado (salvo raras excepções)".
A reforma total tem que ser já e agora e eu começava por limpar "as mordomias e gastos" que muitos usufruem e obrigava-os a trabalhar mesmo em prol da "Estabilidade de Crescimento"!
O ataque e solução acham eles (governo) é a continuação do "congelamento" de salários dos funcionários públicos.
ResponderEliminarMas, se não formos nós (a base) a trabalhar para o sustento da Nação, se houver despedimentos, quem vai realizar certas tarefas?
Como vai aparecer o trabalho feito?
- Eles precisam de nós!
Para haver Estabilidade e Crescimento, temos de trabalhar e ser reconhecidos no nosso trabalho, ou seja, com 1 ordenado adequado ao que produzimos.
Tem de haver mais dinheiro em circulação para gerar e fazer crescer a economi e para haver Crescimento, tudo isto iria resultar na Estabilidade de todos (governo e Zé_povinho)!
MFCC