terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A tradição ou a conta

Já, nas páginas deste blogue, tive ocasião de elogiar a decisão governamental de constituir uma conta bancária para cada criança que nasça em Portugal. Recorde-se que esta medida, apesar de só agora ter sido aprovada e de apenas entrar em vigor lá mais para a final do ano, foi anunciada há largos meses integrada num suposto pacote de incentivos à natalidade.
Começam agora a ser conhecidos alguns contornos do projecto e, pelo menos desta vez, quem o elaborou parece ter tido – a confirmarem-se os pormenores que tem vindo a público – o bom senso necessário para não tornar mais uma boa iniciativa numa distribuição generalizada de dinheiro público por oportunistas pouco dados a trabalhar, sempre dispostos a viver à custa dos esquemas manhosos que inventam e com que vão passando entre as malhas da lei.
Creio, no entanto, que alguns aspectos deste novo apoio estatal não agradarão a uma certa esquerda nem aos multiculturalistas peneirentos. Nomeadamente se a obrigatoriedade de completar o ensino secundário vier a ser condição indispensável para ter acesso ao dinheiro depositado. O que, na perspectiva de certos fundamentalistas, constituirá uma discriminação e uma intolerável falta de respeito pelas tradições ancestrais das comunidades que não valorizam o estudo e a formação pessoal.

2 comentários:

  1. e eu para além de concordar, subscrevo com aclamação.
    David Oliveira

    ResponderEliminar
  2. Anónimo9:54 a.m.

    Já são vários os esquemas "manhosos" do nosso bendito governo, que mais um menos um, já não dá para espantar...
    No que se conserne a €€s temos de estar atentos, porque os "amigalhaços", esses é que COMEM o grosso!
    As mães e bebés precisam do € é agora...
    Imagine-se que muitos, centenas ou mesmo milhares destas crianças não chegam á fase adulta... Quem vai ficar com este €?
    - Será os pais?
    - Ou será o Estado?
    A lei do retorno impera, e foi tudo muito bem estudado...
    Quem quer ter filhos que os tenha, mas não espere pelas ajudas estatais!
    MFCC

    ResponderEliminar