segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Reportagens feitas à medida

Sempre que a comunicação social visita um daqueles locais onde mora uma determinada comunidade que ao longo dos anos se especializou em viver de subsídios e que considera como direito adquirido que o Estado, ou a autarquia da área de residência, lhe dê uma casinha, sou levado a pensar que os repórteres enviados ao local são estagiários, uns perfeitos idiotas ou levam o sermão encomendado. Talvez, até, as três coisas em simultâneo.
Vem isto a propósito de uma reportagem exibida por estes dias num canal televisivo, acerca do realojamento de uma dúzia de famílias que vivem em habitações precárias, na cidade de Montemor-o-Novo, e que a Câmara local pretende transferir para contentores. Daqueles que vulgarmente se vêem nas obras e onde dormem muitos portugueses que são forçados a procurar trabalho longe de casa mas que desagradam profundamente aos ditos moradores. Alegam que esse tipo de solução não lhes serve e que não terá as condições de habitabilidade e de conforto indispensáveis para os albergar. Provavelmente por serem mais difíceis de partir, digo eu.
Por algum motivo que me escapa, nestas reportagens, nunca os jornalistas questionam os moradores acerca do seu modo de vida, do porquê de não adquirirem com os próprios recursos uma habitação condigna e, principalmente, porque pedem – exigem, quase sempre – auxílios do Estado destinados aos mais pobres, quando possuem evidentes sinais exteriores de riqueza como ouro em abundância e viaturas de alta cilindrada que não estão ao alcance do cidadão médio. Isto para já não falar em armas, legalizadas ou não, que tal como os anteriores não aparentam constituir artigos de primeira necessidade para quem, alegadamente, vive em situações de precariedade social.
Suscitar este tipo de questões é, para alguns parvos,sinónimo de racismo, xenofobia e outras coisas mais ou menos bonitas que decoraram dos livros que leram em noites de insónia. São a versão esquerdista das frequentadoras dos chás de caridade e consideram-se os detentores de uma superioridade moral inabalável, só ao alcance de quem é de esquerda. Manifestam uma intolerância, que nada tem de estranho atendendo à ideologia que perfilham, para com quem ousa discordar das suas verdades absolutas. O pior, para eles claro, é que ninguém lhes liga.

2 comentários:

  1. Infelizmente já não é só "determinada comunidade" que viraram subsidiodependentes e não é por acaso que a atribuição dos mesmos está a ser revista. A ver vamos!

    Raramente vejo os noticiários de tão pobres e repetitivos que são, por vezes dão-me vómitos! Leio online e até na imprensa escrita a contaminação "por reportagens feitas à medida" é gritante - salvo raras excepções, porque quase sempre só mostram o lado que lhes convêm ou que lhes encomendaram.

    Gostei desta tua reportagem sobre um dos actuais "cancros" da sociedade portuguesa.

    Um bom dia:)

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  2. Já tenho solução para estes subsídio-dependentes: Trabalho!
    Trabalho me troca do rendimento de inserção social!
    Temos tanta coisa para limpar/fazer... Era pegar nesta classe não produtora e meter mãos-à-obra, e ver com o custa chegar ao fim do mês para chegar o almejado/cobiçado/ambicionado €€.
    Aprender a fazer e justificar o ganho é o que essa gentalha precisa de fazer.
    Estão habituados a que o Governo/Estado lhes resolva a vida, lhes dê €, agora a 2ª geração vem já "enraizada" nisso, ao ponto de achar "muito trabalho" ir à escola!
    Estar em casa, no sofá a ver os multiplos canais de TV, já custa...
    MFCC

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