terça-feira, 23 de junho de 2009

Follow the leader

Quando, no início da década de noventa do século passado, o Iraque invadiu o Kuwait e a televisão começou a mostrar ao Mundo o então Presidente do Iraque Saddam Hussein, nessa altura em plena forma e ostentando um farfalhudo bigode, causou-me alguma perplexidade constatar que todos os que o rodeavam, ministros e afins, exibiam uma igualmente vistosa bigodaça. Fácil me foi concluir que estaríamos perante uma evidente prova de culto do líder.
Em Portugal poucos anos depois caía o cavaquismo. António Guterres e a sua propensão para o diálogo iniciava um novo ciclo na vida política portuguesa em que o importante era dialogar. De preferência muito. Esta prática generalizou-se e não havia nem uma triste alma ligada a qualquer espécie de poder que não manifestasse, à semelhança do líder, um inusitado interesse em dialogar, mesmo que os interlocutores evidenciassem uma reduzida vontade de o fazer.
Sócrates, em 2005 chegou ao poder e impôs um novo estilo. Menos dialogo, mais acção, arrogância e um autoritarismo pouco visto em democracia são atributos do novo líder que depressa contagiou os seguidores que rapidamente abandonaram as tendências dialogantes que antes ostentavam e passaram a adoptar os comportamentos do chefe. Nada que se estranhe ou surpreenda se atentarmos nos antecedentes.
Com os novos comportamentos, socialmente cada vez mais aceites, não me surpreenderia se, à semelhança do que já acontece num ou noutro país, Portugal vier a ter num futuro não muito distante um primeiro-ministro paneleiro. Nem me causaria grande espanto que, a verificar-se essa circunstância, o seu exemplo fosse amplamente seguido pelos seus correligionários.

4 comentários:

  1. Que mal havia se tivéssemos um primeiro ministro homossexual? Se trabalhasse melhor do que os heterossexuais que nos têm governado, era muito bem vindo. O que ele fizesse depois na intimidade não teríamos nada a ver com isso, tal como não temos com qualquer pessoa.
    Porém, duvido que numa sociedade ainda tão fechada, algum homossexual conseguisse fintar a discriminação.

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  2. Nenhum. Não havia mal absolutamente nenhum. Apenas quis realçar que acho curiosa esta mania de imitar o estilo do líder. Seja nos bigodes ou noutra coisa qualquer.

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  3. Os que imitam os lideres são aqueles que nem sequer têm vontade própria. O problema é que não é só no estilo, muitas vezes é também na incompetência.
    Mas agora estou a rir só de imaginar a situação, tudo a imitar o lider na sua opção sexual.

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  4. Somos ou não somos 1 país de mente aberta?
    - "nim" tradução = sim e não (talvez).
    Eu aceitava de boa mente que tivessemos um governo homossexual (femenino ou masculino), desde que este soubesse governar BEM!
    Agora quanto aos seus seguidores (entenda-se como Ministros)...? Isso já era com eles!
    Imitem os Leaders nas:
    - Boas acções
    - Igualdade
    - Democracia
    - Bom governo
    - Honestidade
    - Boa gestão
    - Sapiência (sabedoria)
    É nisto que devemos ter seguidores aos leaders!
    Mas, "seguidores" temos em tudo, a moda explica isso; andamos todos parecidos só mudam as cores e as Marcas (griffes) e claro os corpos e pessoas.
    MFCC

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