domingo, 7 de junho de 2009

Amnésia selectiva

Um jornal diário de expansão nacional tem nos últimos tempos dedicado muito do seu espaço ao escrutínio do património dos autarcas. Embora isso possa desagradar aos visados, trata-se de um salutar exercício de cidadania só possível em regimes democráticos e onde quem é eleito e pago para nos governar tem obrigação de ter uma conduta acima de qualquer suspeita. A bem da própria democracia, da transparência e da credibilidade das instituições.
Na edição de hoje do dito jornal o alvo é uma Presidenta de Câmara, relativamente menos jeitosa do que aquela a quem me refiro no post de ontem apesar de não ser nenhum estafermo, que revela uma falta de memória preocupante. A acreditar no que é publicado a senhora não consegue recordar se o valor inscrito - três milhões e setecentos mil - na declaração entregue ao Tribunal de Contas referente aos rendimentos auferidos nos anos de 2002 e 2004 são euros ou contos...
A diferença parece-me significativa e bem capaz de ser coisa para não esquecer nem ao mais distraído. Embora, por aquilo que tenho tido oportunidade de constatar desde que estes rendimentos têm vindo a ser divulgados, quando o assunto envolve dinheiro, rendimentos ou impostos a memória dos autarcas – e se calhar dos políticos em geral – revela-se muito, mas mesmo muito fraquinha.

1 comentário:

  1. Quando as pessoas são sérias, tudo isso são factos pouco relevantes...
    Abraço para Estremoz.

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