quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Orgulham-se de quê?!

A evidente satisfação do governo e seus correlegionários com os resultados da execução orçamental de 2013, nomeadamente com a superação dos objectivos previstos para o défice, parece-me manifestamente desproporcionada. Não vejo - mas deve ser por ter o estranho hábito de olhar para o “outro lado” da questão – motivo nenhum para o bando de laranjas podres que nos governa estar notoriamente impressionado com os resultados agora divulgados.
Não é que queira ser sempre do contra. Nem, sequer, para poder dizer que tinha razão. Menos ainda por, como alguém escreveu não sei onde, neste blogue se dizer mal de tudo e de todos. É que espreitando o que está por detrás destes números, alegadamente bons e espectaculares, concluímos que o resultado se deve a um brutal corte sobre os rendimentos dos trabalhadores do Estado e reformados, e a um aumento sem precedentes da carga fiscal. Pior. Esse acréscimo de impostos foi obtido a partir de um universo de contribuintes bastante mais pequeno do que já aconteceu noutras ocasiões. Devido, nomeadamente, ao desemprego ou à emigração. O que dá bem a ideia da dimensão do esbulho a que estamos a ser sujeitos.
Aliando o saque fiscal à diminuição de vencimentos e pensões melhor seria que as contas não ficassem um pouco menos desequilibradas. Disso, nas nossas casas, todos somos capazes. Basta não comer, não pagar as contas e cortar todo o tipo de despesa para as finanças de qualquer cidadão darem notórios sinais de equilíbrio. Pode é acontecer-lhe o mesmo que ao cavalo do espanhol... 

2 comentários:

  1. Subscrevo totalmente e não entro em euforias. Os "laranjas" até já têm uma pipa de massa para o que der ou vier, tudo à nossa custa...mas tocar nos "lobies" isso já serão contas de outro rosário, porque é mais fácil empobrecer e matar à fome o povo, do que tirar "poderes" a canastrões enriquecidos - como EDP, GÁS e por aí fora!

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    1. Eles não têm "uma pipa de massa". Nem existe nenhuma "folga", como alguns dizem. Digamos é que o buraco do défice ficou ligeiramente mais pequeno do que o inicialmente previsto. É, como dizia ontem o Freitas do Amaral, como se alguém tivesse antes 40 de febre e tenha agora 39,8....

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