segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O perigo é uma coisa muita fixe. Radical, até.

Muito se tem dito e escrito a propósito das praxes académicas na sequência das trágicas mortes ocorridas na praia do Meco. Até demais, diria. Trata-se, afinal, de um grupo de pessoas maiores de idade e no pleno uso de todas as suas faculdades mentais, que numa noite em que era esperada a maior agitação marítima dos últimos anos entendeu por bem ir fazer coisas parvas para a beira-mar. Numa zona que, aquela hora, estava sob alerta vermelho da meteorologia, recorde-se.
Este tipo de comportamento de risco e o especial apreço que os portugueses demonstram por actividades estúpidas é um legado que sabiamente é transmitido de geração em geração. Basta estar atento à comunicação social para constatar que, às primeiras noticias de mau tempo, uma legião de papás trata de enfiar os fedelhos no automóvel e, indiferentes ao risco e aos avisos das autoridades, enfrentam um conjunto de perigos para chegar ao topo da serra da Estrela. Tudo para que o Martim, o Tomás, a Carlota ou a Vanessa Marisa vejam uma porção de terreno coberta de neve onde podem dar uns trambolhões. Depois admiram-se que, uns anitos mais tarde, a rapaziada se queira divertir na praia em noites de temporal e com ondas de dez metros.

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