terça-feira, 4 de dezembro de 2012

O "inverno" árabe não incomoda os nossos democratas


Causa-me uma certa estranheza a ausência de reacção da esquerda, e da intelectualidade em geral, às manifestações que por estes dias vão agitando o Egipto. O contraste com o entusiasmo revelado quando daquilo a que chamaram primavera árabe é por demais evidente. Parece, até, que agora por aqueles lados nada se passa. À esquerda nem uma linha se escreve cerca da tentativas de islamização do país, da luta dos que heroicamente se batem contra a instalação de um novo regime ditatorial nenhuma voz dá eco e nem os arautos da liberdade, de todos os sectores ideológicos, se dignam a manifestar a sua solidariedade para com o povo egípcio.
Talvez seja por não perceber peva de politica internacional, ou ser um perfeito ignorante em estratégia geopolítica – seja lá isso o que for – mas incomoda-me que os “democratas” e outros “defensores da liberdade”, convivam tão pacificamente com os fascistas islâmicos. Será, provavelmente, da sua costeleta multiculturalista. Ou, então, é o ódio comum aos States a falar mais alto. Ou, quiçá, outra demência qualquer. Sim, porque não estou a ver esta malta a sobreviver uma semana – e já estou a ser condescendente – se tivessem de viver segundo os conceitos medievais da malta barbuda que reza de cú para o ar que tanto parecem admirar. À distância, claro.


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