sábado, 1 de fevereiro de 2014

Os Geninhos não conhecem a lei da vantagem...

Concordo com a exigência e o rigor e nutro especial simpatia por quem cumpre de forma zelosa as funções em que foi investido. Há, no entanto, um limite. O do bom-senso. Isto, mal comparado, é como os penaltis no futebol. O defesa nem sempre tem culpa que a bola lhe bata na mão. Caberá ao arbitro interpretar as circunstâncias do lance e agir em conformidade, assinalando ou não a grande penalidade.
É, mais ou menos isso, que se espera de uma força policial quando posta perante uma situação de eventual infracção à lei. O caso que motiva todo este paleio conta-se em poucas linhas. Um autocarro expresso sai de Lisboa, com destino ao Alentejo, ao final da tarde. O trânsito intenso de uma sexta-feira não permitem uma saída rápida da capital. Durante o trajecto a chuva e, consequentemente, o piso molhado não proporcionam ao motorista a possibilidade de recuperar o tempo perdido. À saída da autoestrada, já perto do final da viagem, uma brigada da GNR manda encostar a viatura. Mais de meia-hora depois a marcha é retomada e o condutor leva consigo um auto de transgressão. Ou lá como se chama isso. O motivo? Ia atrasado...
Obviamente que os transportes públicos tem obrigação de cumprir os horários e que as empresas devem ser penalizadas quando não o fazem. Mas há que ter sempre presente o interesse dos passageiros. Manifestamente não foi o caso. Primeiro não foram tidas em conta as razões que provocaram o atraso e, depois, a actuação das forças policiais acabou por provocar um atraso muito maior do que aquele que puniu. Próprio de gente, zelosa e apostada em cumprir a missão que lhe foi atribuída, portanto. Já quanto a essa coisa do bom senso...

6 comentários:

  1. Algumas, poucas, empresa de camionagem, assumem o pagamento da multa, desde que seja provado que o atraso não possa ser imputado ao motorista.

    Excesso de zelo não serve a ninguém, KK.

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  2. Temos que colocar a GNR no aeroporto da Portela, estação de Santa Apolónia e muitos mais locais.
    Ao que isto chegou...

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    1. Pois. Assim resolvia-se o problema do défice num instante.

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  3. Sinceramente... e o "bom senso" há muito que fugiu para parte incerta!

    Bom domingo

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    1. Exacto, Deviam começar por ensinar aquela malta que o cumprimento da lei não pode provocar um mal maior...Ou então ensinam, eles é que não aprendem!

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