quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Incêndios

Todos os anos há fogos. É inevitável. Por uma ou outra razão. Todos os anos também se repetem as mesmas lengalengas da falta de limpeza, da ausência de meios, da insuficiente aposta na prevenção, de interesses instalados e muito mais consoante a imaginação de quem disserta sobre a matéria. Todos, admito, terão razão. E, também acredito, todos gostariam que a realidade fosse diferente e, muito principalmente, que não houvesse perda de vidas a lamentar.
Discordo, em parte, na proporção da culpa que se pretende atribuir aos proprietários de terrenos por não limparem as suas propriedades. Logo porque, tratando-se de mato, não fará grande mal que arda. Depois porque essa coisa da combustão espontânea não é das mais frequentes e raramente acontecerá durante a madrugada. Finalmente, ainda que poucos a mencionem, a desertificação do país contribui decisivamente para estas ocorrências. O abandono dos campos, com tudo o que isso acarreta, será um dos principais factores para as dimensões que muitos incêndios atingem.
Bêbados, malucos e maridos encornados com tendências pirómanas são, igualmente, um perigo para a floresta. Desses devia ser a justiça a tratar. A popular, porque a outra...

5 comentários:

  1. JÁ LIMPASTE A TUA PROPRIEDADE???

    ResponderEliminar
  2. Nesta sua parte do texto não concordo:
    "Discordo, em parte, na proporção da culpa que se pretende atribuir aos proprietários de terrenos por não limparem as suas propriedades. Logo porque, tratando-se de mato, não fará grande mal que arda."

    Na minha opinião faz mal, porque, existindo casas 'coladas' a estes terrenos com mato seco é um perigo. Aquilo é tipo rastilho.

    Há muito pouco tempo tive uma troca de palavras com um dos vizinhos do meu pai (o meu pai não quis falar, falei eu) exactamente e porque, exigi que ele limpasse o terreno dele que é colado ao do meu pai, ou seja, enquanto era o pai que vivia na casa, e olhe, que não é uma casa qualquer, o terreno estava sempre limpo, a partir do momento em que o filho foi viver para lá, o exmo. 'menino' não quer saber do exterior.

    Neste caso até tem a ver com o facto de, a janela do quarto do meu pai ter até à data uma vista para grandes amontoados de erva seca e por aí fora.

    A coisa chegou a tal nível que resultou e agora o terreno está limpo. O meu pai pode dormir mais descansado e eu também, não ando sempre em sobressaltado a pensar que basta uma beata atirada para aquele terreno, que, não só a casa dele desaparece, como todas as casas coladas à dele, a do meu pai por exemplo.

    Enquanto eu tiver força para tal, o exmo. 'menino' não mais terá oportunidade para deixar o terreno da forma como deixou. Isto porque falei com o pai dele. Já que o exmo. 'menino' não se mexia, fui à fonte. Está resolvido.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Quando escrevi estava a pensar nos inúmeras terrenos que estão ao abandono por os proprietários já não terem idade para os trabalhar, dinheiro para os mandar limpar e, não raras vezes, herdeiros que os substituam.

      Eliminar
  3. Subscrevo inteiramente...e lamento o enorme esforço dos bombeiros e das mortes que já ocorreram.

    ResponderEliminar