domingo, 20 de setembro de 2009

Autárquicas

A proximidade de datas entre os dois actos eleitorais tem, muito por culpa dos média, retirado protagonismo às eleições autárquicas de onze de Outubro. O que é pena. Enquanto nas primeiras eleições os candidatos com hipótese de chegar ao poder são tão deploravelmente parecidos que até chateia, nas segundas teremos, pelas características muito peculiares de que se revestem, uma panóplia de candidaturas capazes de animar o país pelas suas propostas mirabolantes, projectos de deixar qualquer um de queixo caído ou ideias parvas que não são capazes de guardar apenas para si. Pelo menos é o que se espera e deseja.
Enquanto no acto eleitoral de Setembro escolheremos entre candidatos cinzentos, sem graça e que a julgar pelo discurso parecem que nunca estiveram no poder, em Outubro teremos o país real, os candidatos exóticos, esquisitos e capazes de nos animar quer pelo comportamento exuberante ou o discurso entaramelado. Poderemos apreciar a ingenuidade de alguns que, coitados, ainda têm idade para pensar que são capazes de mudar o mundo e a manhosice de outros que sabem muitíssimo bem ao que vão. Isto a par de muitos, quero acreditar a maioria, que estão genuinamente dispostos a dar tudo pelas suas terras e a contribuir para o progresso e desenvolvimento das mesmas.
Claro que num blogue pouco dado a coisas sérias como este serão os únicos – os exóticos e afins - a ter destaque. Contudo as coisas não estão correr nada bem. Por mais que pesquise não encontro propostas verdadeiramente revolucionários, sequer inovadoras, nem mesmo ideias daquelas tão estapafúrdias que nos deixam cheios de inveja pela capacidade imaginativa que revelam os seus autores. Não consigo esconder a minha decepção por, a título de exemplo, ninguém ter inscrito no seu programa eleitoral autárquico, em nenhuma autarquia do país, a construção de um espaço de acolhimento aos visitantes de outros planetas. Considero deplorável e fortemente criticável que os aspirantes a autarca estejam a negligenciar uma vertente que muito podia contribuir para o progresso das suas terras e, nomeadamente no interior do país – no Portugal profundo, vá – constituiria um importante factor de desenvolvimento. Para além de até poder dar azo à constituição de mais uma empresa municipal que se encarregaria de gerir as relações intergalácticas e promover eventuais geminações com outras autarquias do espaço sideral.

1 comentário:

  1. Manhosos, gananciosos!
    Promessas e mais promessas!
    Obras?
    Acções?
    Cá nada!
    Só cargos e ordenados chorudos!
    MFCC

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