quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Retirada artística. Que é como quem diz, não há dinheiro não há palhaços

Desconheço em pormenor, pois não me dei ao trabalho de ler as entrevistas que a propósito deram à comunicação social, o que terá levado Fernando Tordo, Rui Veloso e Agata, a emigrar, fazer uma pausa ou abandonar a carreira. Nem, a bem-dizer, me interessa muito. Presumo que poderá ter a ver com a drástica diminuição de rendimentos que, eventualmente, os possa estar a afectar. E que afecta, talvez de forma muito mais dramática, a maioria dos portugueses.
A ser assim, pode dizer-se, é uma boa noticia. Nomeadamente para os contribuintes. Significa que as autarquias – que nos últimos anos têm constituído um verdadeiro maná para os artistas nacionais – ganharam finalmente algum juízo e estarão hoje a esturrar muito menos dinheiro em festarolas. Não era sem tempo. Muitos e muitos milhões depois felizmente alguém começa a pensar em aplicar os escassos recursos disponíveis de forma séria. A pagar dividas, por exemplo.
O que não deixa de ser curioso é a reacção que, a este propósito, muitos vão manifestando. Como se a decisão dos artistas fosse culpa do governo. Também acho que o governo – este e os outros que lá estiveram antes – tem a culpa de quase tudo o que de mal nos está a acontecer. Mas, que diabo, disto?! Até porque nem estou a ver que transtorno é que estes abandonos nos possam causar...O Eusébio também deixou de jogar à bola e o Benfica continuou a ganhar! E, depois, é como diz o outro. Não há dinheiro, não há palhaços. Se as Câmaras não os contratam, vão para a estrada e façam espectáculos por conta própria. Exceptuando os últimos vinte anos, em que quase tudo se oferecia à população, sempre foi assim. 

7 comentários:

  1. O Rui Veloso já afirmou publicamente que quer descansar e que quer estar mais com os filhos.
    Também precisa, também merece.

    ResponderEliminar
  2. Os que referes deixaram, a meu ver, pela idade e cansaço e ou eventualmente já não terem voz...julgo eu de que...

    Mas por todo o lado há festas em honra das mais variadas Nª. Senhoras de...com artistas novos e bem no fundinho do cartaz, em quase todos aparece os agradecimento às..."Entidades públicas" (quem são?) às empresas e particulares.

    Falas do Eusébio...já reformado continuava no Benfica, viajava sempre com o Benfica, participava em tudo com o Benfica e achas que era a "custo zero"? Acho bem que os clubes devem proteger, ajudar, apoiar as suas ex-estrelas desde que estas tenham tido cabecinha dentro e fora do campo...

    mas já não concordo que centenas de artistas, cantores, actores mais velhos e ainda aptos não façam nada para ou por eles e prefiram pagar a peso de ouro grupos, bandas etc, etc. estrangeiros!!!!

    Acho, não, tenho a certeza que tu ou eu saberíamos gerir melhor os "dinheiros públicos"

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Eheheheh...Havia de ser engraçado eu a gerir dinheiros públicos! Matavam-me ao fim de duas semanas...Ou antes ainda!

      Eliminar
    2. Mas eu seria o teu braço direito e não deixaria LOLLLL

      Eliminar
  3. O problema dos cantores é que o negócio dos espectáculos ao vivo passou para as mãos de dois ou três "empresários de eventos e festivais" que controlam tudo e têm os contactos (políticos) necessários para "abafar" qualquer tentativa de intromissão individual...
    Cumps

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Esta é uma daquelas áreas onde podemos e devemos ter menos Estado. Tirando a parte da cobrança dos impostos devidos nem estou a ver razão nenhuma para os Estado se meter, Organizar espectáculos é coisa de privados e as Câmaras ou qualquer outra entidade oficial não tem nada de se meter nisso.

      Quanto aos empresários...Hoje em dia já há muitos grupos que fazem espectáculos pelo país apenas a troco da bilheteira. E aí os empresários "ficam à porta"!

      Eliminar