sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O que se faz a um português quando nasce? Atira-se contra a parede: se colar, vai ser estucador; se cair, vai ser ladrilhador.

Vi hoje muita reacção indignada a propósito de uma análise à maneira como os estrangeiros vêem, nos seus países, os portugueses que para lá emigram. Quase sempre como trabalhadores das obras, os homens, e empregadas de limpeza, as mulheres. Isto para além de outros considerandos pouco abonatórios acerca da inteligência dos portugueses que, nomeadamente no Brasil, outros povos tecem a nosso respeito.
Não sei, sinceramente, por que motivo tanta gente se abespinhou. Como se em Portugal não fosse também assim. E nem me refiro a estereótipos criados em relação aos estrangeiros que por cá habitam. Leiam-se e ouçam-se os disparates que são escritos e ditos acerca dos alentejanos. Muitos, provavelmente, com origem nos bacocos que agora se indignam com os adjectivos usados pelos outros para os rotularem. Não gostam? Aguentem. Eu também não gosto, enquanto alentejano, de ser o protagonista parvo e pouco amigo de trabalhar das anedotas de alentejanos e tenho de aturar as bestas que as contam.

4 comentários:

  1. Fizeste-me rir com o título e só de imaginar a cena...minha nossa.

    Estou de acordo contigo e realmente a maioria que já emigrou, são bons profissionais no que fazem quer nas obras, quer no trabalho doméstico, daí haver tanta procura.

    Deixa lá amigo, tens aqui uma fã dos alentejanos, até porque os meus avós maternos eram alentejanos e as anedotas referem-se a muito, bem como a outros povos. Eu hem?

    Um abraço

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    1. Faz-me confusão por que raio nas anedotas que os portugueses contam os alentejanos são sempre o protagonista estúpido. Qual a diferença para o lisboeta, minhoto ou algarvio? E depois as larachas parvas que de vez em quando vou ouvindo, assim do género "é mais lento que um alentejano" e que me fazem sair do sério... garanto-te que numa ou outra ocasião a coisa já ia dando para o torto!

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  2. Toda a gente conta histórias/anedotas sobre toda a gente. Não é de levar a mal mas aconselho que se evite o excesso.

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    1. Pois. Mas os alentejanos são quase sempre os bombos da festa. O que é uma coisa que me aborrece.

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