sábado, 2 de agosto de 2014

Decidam-se, porra!

Ainda não passaram muitos anos – meia dúzia, talvez – em que se gritava que a culpa da crise era do sistema bancário e dos seus lucros fabulosos. Obscenos, quase. Mudaram os tempos e os imensos ganhos da banca transformaram-se em gigantescos prejuízos. O que, face ao argumentário vigente, faria prever o fim da crise. Mas não. Quando era expectável exactamente o contrário, por os lucros astronómicos da banca terem chegado ao fim, o que aconteceu foi a agudização da crise. Portanto a culpa será sempre da banca. Quando dá lucro é culpada e quando dá prejuízo também.
Acredito que toda a gente bera do mundo escolheu fazer carreira na área financeira. Provavelmente os piores de entre os piores dedicaram-se à banca. Enquanto isso, do lado dos bons, estão todos os outros. Os que vêem a luz, os que foram abençoados pelo dom de verem a verdade que outros não alcançam e que são, em suma, verdadeiros ícones da perfeição.
Ao que se vai sabendo muitos dos que circulam pela alta finança serão, alegadamente, verdadeiros patifes. Mas, desconfio, não estarão sozinhos nisso das alegadas patifarias. É que para negociar, pelo menos, são precisos dois. Seja qual for o negócio. E podem ser muitos. Lícitos, ilícitos e assim-assim. Com muita gente. Até, se calhar, com o cidadão comum que agora anda por aí a vociferar contra aqueles com quem ainda um dia destes negociou...

2 comentários:

  1. Ora bem...nem mais...e subscrevo!!!!

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    1. Temos sempre que arranjar culpados para aligeirar os nossos pecados...

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