segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Cidade-livre?!

Durante os anos oitenta do século passado muitos municípios auto-proclamaram-se zona livre de armas nucleares, proibindo o armazenamento ou transito destas armas pelo território onde exercem a sua autoridade. Tal declaração não passou de um mero acto demagógico por, na prática, nunca poder produzir qualquer tipo de efeito. Por um lado não se conhece, nem tão pouco suspeita, da existência desse tipo de armamento como a existir ninguém acredita que as entidades militares peçam autorização seja a quem for para o armazenar ou transportar.
A queda do comunismo e o fim da guerra-fria ditaram o fim de muitas causas deixando pelo mundo fora – e também em Portugal – muitos órfãos destas militâncias. Foi, por isso, necessário encontrar novos moinhos de vento. Por cá, entre outras, surgiu a luta contra a tourada e, surfando esta onda, alguns autarcas aproveitaram já para declarar as respectivas terrinhas como “cidade anti-touradas” não autorizando a realização de espectáculos taurinos. Embora não seja aficionado este tipo de comportamento afigura-se-me pouco correcto, condenável e mesmo discriminatório relativamente a uma faixa populacional que aprecia este género de espectáculos. Para além de não ter outro efeito que obrigar os que gostam deste espectáculo a deslocarem-se às terras vizinhas que certamente não deixarão de aproveitar a oportunidade de negócio que lhes é proporcionada.
Temo que esta onda proibicionista se venha a alargar a outros sectores que o lobby do pensamento pretensamente politicamente correcto e dos militantes das causas parvas e totalmente desprezíveis não gostem, não apreciem ou que achem não se dever realizar. Não tarda estarão a propor a proibição da realização de sardinhadas, festivais de marisco ou festas populares que envolvam a degustação de qualquer tipo de animal abatido para o efeito. Não se arranjará por aí uma cidade, que seguindo este exemplo, se livre deste tipo de gente?!

1 comentário:

  1. Esta tipo de proibição nunca vai chegar "ao pensamento", porque copmo já citei "não há machado que corte a raíz ao pensamento", nem ninguém adivinha pensamentos... Acontecimentos sim!
    "Proibir" tudo o que mexe vai ser grave...
    Viva a proibição de proibir!
    MFCC

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