domingo, 13 de julho de 2014

Perdão?!

Anda por aí meio mundo – talvez mesmo mais – a exigir a renegociação da divida do país. Não sendo especialmente entendido nesta questão, nem nos assuntos dela derivados – sou tão ignorante, aliás, como a maioria dos que sobre ela opinam - há, no entanto, duas ou três questões que quando ouço falar no perdão do calote da república me deixam ligeiramente inquieto.
Uma delas – a principal, diga-se – é saber quem vai ficar a arder. Ao que parece parte significativa da divida portuguesa estará nas mãos dos bancos nacionais, da segurança social e dos portugueses que nela investiram com a esperança de rentabilizar as suas poupanças. Muitos talvez nem sejam gananciosos capitalistas. Quiçá apenas reformados ou funcionários públicos a quem o governo roubou, entre cortes e aumentos de impostos, três ou quatro meses de reforma ou ordenado por ano.
Nada que preocupe os iluminados que, despudoradamente, sugerem que o país não cumpra as suas obrigações perante os que emprestaram o dinheiro que manteve esta merda a funcionar. O deles, provavelmente, estará na Suíça ou num offshore qualquer, daí que não se importem de perdoar tudo e mais um par de botas. O que me admira é haver quem, entre os cidadãos mais ou menos normais, vá na conversa. 

7 comentários:

  1. Para quem não é "especialmente entendido nesta questão", a coisa está bem exposta.
    KK, que se lixe o povo, principalmente o mais desfavorecido e/ou o que tem sido mais prejudicado com os sucessivos roubos.
    A malta é parece rica, uma rica merda e, por isso, ainda consegue olhar de cima para baixo e pensar que há gente pior. A cretinice do costume.

    Os "iluminados" que sugerem uma coisa dessas, ou são parvos ou andam a contar histórias que são de tudo menos de encantar.

    Bom resto de domingo.

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    1. Não precisávamos de perdões se fossemos rigorosos na despesa e no combate à evasão fiscal...Mas isso é coisa que ninguém quer.

      Boa semana!

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  2. Também pesco pouco...mas pelo que entendi é parte da dívida que corresponde apenas e tão só aos juros acumulados, tal como fizeram na Grécia. Não sei se disse alguma asneira...mas quer o "irrevogável do Verão passado, quer agora a trapalhada do GES-ponto-BES-banco já fizeram aumentar os juros e claro a dívida.
    Será?

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    1. A ideia que muitos defendem é mais ou menos assim: Chegamos junto do credor e dizemos, ok devemos 100 mas não conseguimos pagar, leve lá 50 e já vai com sorte. Só que o credor é - também - o banco onde temos as nossas economias, a segurança social que nos paga a reformas e o gajo que foi aos correios e comprou titulos de divida pública...

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    2. Já entendi um pouco mais e realmente não dá para entender tantos iluminados da treta.

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  3. Terminadas as férias, passo para desejar boa semana.

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