sexta-feira, 11 de julho de 2014

Impostos verdinhos

Hesito quanto a isso da fiscalidade verde. Ainda que me agrade a ideia de aumentar os impostos onde a possibilidade de fuga seja menor, visando – supostamente, é claro – reduzir o IRS. Que, como se sabe, é aquele imposto que apenas é pago pelos que a ele não podem fugir. E hesito porque duvido que à criação de novas taxas e ao aumento das que já existem – para proteger o ambiente, dizem eles – corresponda uma redução de qualquer outro imposto.
Daquilo que se tem dito e escrito sobre o assunto retive, essencialmente, a ideia de cobrar, a título de imposto verde, dez cêntimos por cada saco plástico. Compreendo a intenção. Pelo menos faço um esforço nesse sentido. Se não aplaudo a iniciativa é, apenas, porque de fora ficarão, a julgar por aquilo que foi noticiado, uma série de situações que, em minha opinião, deviam ser igualmente taxadas. Porquê os sacos e não os copos, as garrafas ou as “pancartas” que, tanto ou mais que os sacos de plástico, poluem as nossas cidades? Ou, ainda no âmbito de coisas poluentes que demorarão uma eternidade a decompor-se, porque não taxar igualmente os pensos higiénicos, as fraldas e os preservativos?
Mas o que mais lamento e me decepciona nesta deriva ambiento-fiscal-esverdeada, é a ausência de referência à poluição causada pelos canídeos na via pública. São muitas as toneladas de merda de cão espalhadas por aí, cuja remoção custa muito dinheiro e que colocam em causa a saúde pública. Contudo ninguém se lembrou de agravar substancialmente as taxas sobre a posse de cães. Pelo contrário. O parlamento está até, por estes dias, a discutir uma petição visando tornar dedutível em sede de IRS as despesas de saúde dos bichos de estimação!!! Coisas de gente doida, é o que é. Ou, então, o louco sou eu. Mas se for, perante uma realidade destas, tanto melhor.

3 comentários:

  1. Ando sempre munida de sacos e nem no hiper que os dão à borla os deixo de usar. Só os renovo quando completamente gastos. Se estás convencido que estes impostos é para redução do IRS, espera como eu, sentadinhos para não nos cançarmos, porque isso é pura mera "campanha eleitoralista".
    Quanto à merda de cão, é por demais, mas taxar todos...lá irão pagar os justos pelos pecadores, porque há muitos que não fazem nada na rua, outros os donos apanham sim senhora, mas 80% são gente de merda.
    Concordo contigo com o taxar garrafas de cervejola, copos etc, etc, e junta aí as pilhas que são deitadas e deixadas ao deus dará e as escarretas constantes num som bem audível. APRE!!!!
    Discordo de algo, acho muito bem que as despesas de saúde do animal possa ser dedutível, porque quem os tem, os estima é tratado como mais um elemento da família e como tal, sim e sim. Hoje não tenho nenhum, mas tive um gato que durou 20 anos e só foi ao veterinário duas vezes: quando com 3 meses veio para aqui e teve de levar toda a vacinação e vinte anos depois quando foi abatido, porque no gatil municipal teria de esperar duas semanas. De resto tratei-o sempre com os remédios das filhas:):):):) embora tenha sido muito saudável e amigo tenho saudades desse lord Pompom:)

    Já agora diz-me o que são "pancartas"?

    Um abraço e bom sábado

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    1. Lamentavelmente não me lembro do nome em português. "Pancarta" é termo espanhol para aquela espécie de cartazes em plástico que penduram dos postes, árvores, candeeiros ou usam em manifestações.

      Também não espero que essa coisa da fiscalidade verde sirva para baixar o IRS. Aliás eu escrevi supostamente... De resto, como já estou farto de escrever, não precisamos de mais impostos. Cobrar os que existem já é mais do que suficiente.

      Quanto aos animais...Tive cães e gatos enquanto vivi no campo e sempre os tratei bem. Alguns recolhi-os depois de abandonados pelos donos e prestes a morrer. Mas isto cada coisa no seu lugar. Se o Estado não tem dinheiro para manter as pessoas vivas por que há-de gastá-lo com os animais?!

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    2. Também é verdade "se o Estado não tem dinheiro para manter as pessoas vivas" ter tem, usa-o é em coisas que não deve como os famosos sorteios de Audis, com as almoçaradas e jantaradas, com as célebres e hipócritas condecorações etc etc. Incluir as despesas do animal na saúde não acharia mal e não ficariam falidos.

      Pancarta...ulálá uma palavra que aprendi para os simples cartazes:):):):)

      Um abraço rapaz

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