sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Pagar a renda?! Que aborrecimento.

Infelizmente em Portugal, de uma maneira geral, não se premeia a competência, o rigor, ou a disciplina. Pelo contrário. Prefere-se a bandalheira, o facilitismo, o compadrio e o deixa andar. Por norma quem cumpre com as regras estabelecidas é que um sacana, o gajo que só sabe é lixar o próximo e, em suma, um verdadeiro filho da puta. Principalmente quando não está para fazer favores à custa do dinheiro público. Este modo de pensar está enraizado na cultura nacional e pouco ou nada há a fazer para mudar esta mentalidade tacanha e que nos trouxe até aqui.
Os ataques que uma certa classe de gente faz a Rui Rio, enquanto presidente da Câmara do Porto, têm a ver com este tipo de pensamento. O mais recente deve-se ao despejo de uma companhia de teatro, que ocupava um edifício público, por não pagar a renda do espaço que ocupava. Em divida estará para lá de uma conta calada, porque, apesar de tudo, a autarquia portuense – senhoria, no caso - ainda teve uma paciência de santo para com os inquilinos pouco cumpridores. Tanto que terá, em tempos, feito um acordo que permitisse, em suaves prestações, a regularização das rendas em atraso. Que, parece, não terá sido cumprido pelo inquilino.
Desde que a noticia foi conhecida não têm faltado as criticas ao autarca Rio. Como se quem estivesse a proceder mal fosse aquele que fez cumprir a lei e que acautelou o interesse das finanças da autarquia. O homem fez apenas aquilo que tinha a fazer. E já fez tarde, saliente-se. Porque se o edifício fosse dele é que podia permitir que os indivíduos lá continuassem sem pagar. Sendo público tem a obrigação de fazer o que fez. Pena é que a generalidade dos autarcas não tenha a mesma postura. Claro que isto é difícil de entender para o pessoal da “cultura”. E para muita gentinha que acredita que o que é público é “nosso”. Deles, entenda-se.

4 comentários:

  1. Por isso é que este país é difícil de consertar: o filho da puta é aquele que obriga a cumprir regras! E mais filho da puta é quando se mete com a "cultura" como foi o caso.

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    1. Tem razão André. Isto da cultura é uma das vacas sagradas em que se não pode tocar!

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  2. No seu Blog, realmente a cultura, anda muito por baixo.
    Sabe que é a cultura que traz educação e até o pão.

    António Gomes

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    1. Discordo. Tarantatam não enche barriga. Mas acho muito bem que se promova a cultura não precisa é de ser à custa do dinheiro que não há para pagar pensões e salários.

      O conceito de cultura é hoje, digamos, muito abrangente. Se um "artista" mata um cão à fome, num contexto supostamente artístico, por que raio a merda do dito que de vez enquanto por aqui posto não há-de ser uma obra do mais fino recorte cultural?!

      Mais. Por que não hei-de eu ter subsidio para as actividades fotograficas se uma associação "cultural" recebeu um subsidio do Estado para fazer uma "peça" que se resumiu a um conjunto de gajos e gajas a mijar e a cagar em cima de fotos de políticos? Culturazinha da boa, portanto.

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