quinta-feira, 11 de julho de 2013

Eles não sabem...nem sonham!

É costume olhar-se, especialmente em altura de eleições, para as promessas dos autarcas ou para a maneira como estes esturraram o dinheiro ao longo do(s) mandato(s). Esta perspectiva, ainda que também usada aqui no Kruzes, parece manifestamente redutora. Embora sejam eles que administram os recursos e tomam as decisões, afinal foi para isso que foram eleitos, também se afigura de todo o interesse analisar as críticas que vão sendo tecidas por aqueles que se vão candidatar e pelos que não se candidatam mas que gostavam de ser candidatos se houvesse alguém que se arriscasse a candidatá-los.
A esmagadora maioria dos reparos à actuação dos executivos em funções – vindas da parte de potenciais ou putativos candidatos – envolvem a falta de investimento. Por mais que se gaste, parece que não falta quem ache que ainda é pouco. Atente-se nalguns exemplos. O país vive numa permanente overdose de cultura, basta ver os sites dos municípios ou a publicidade a eventos de toda a espécie em que se tropeça permanentemente, mas, ainda assim, acham que é pouco. Constroem-se escolas por todo o lado, mesmo onde não existem crianças – é uma festa, como dizia a outra – mas, apesar disso, querem mais. Ainda que se tenham construído piscinas, pavilhões, parques de feiras e exposições, casas de cultura, multiusos, rotundas e estradas nos lugares mais inóspitos, para esta gente tudo isso continua a ser pouco. E o rol podia continuar...
Ao ler as declarações de muitos candidatos - ou candidatos a candidatos ou não candidatos desgostosos por não serem candidatos – fico com a sensação que se trata de pessoas que chegaram recentemente a Portugal vindas directamente de um local qualquer onde não chega informação sobre o país. Ou, então, são gastadores compulsivos a divagar acerca do que fariam se pusessem as mãos no pote. Seja num ou noutro caso eles parecem não saber – nem sonhar – que, tal dizia o gajo que estuda em Paris, o mundo mudou e que isso do gastar hoje e pagar quando calhar já não é coisa deste mundo. A menos que estejam ansiosos por ir fazer companhia ao Isaltino.

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