domingo, 4 de agosto de 2013

Paga o que deves e depois publica o que fazes!

De vez em quando lembro-me da cigana que se revoltava por “eles”, com os computadores, saberem tudo acerca da sua vida. Da dela e dos outros ciganos. “Eles” eram, no caso, os gajos da segurança social que através do sistema informático cruzavam informação e estavam, à época, a impedir que o Rendimento Mínimo ou outros apoios sociais fossem pagos à mesma pessoa duas, três ou mais vezes consoante o número de localidades em que teria residência ou os diferentes documentos de identificação que apresentasse.
De facto isto com os computadores sabe-se tudo. Ou quase. Mas se a tal cigana não apreciava que a sua vida estivesse disponível para ser consultada pelos técnicos que decidiam quanto aos apoios que o Estado lhe devia ou não disponibilizar, já o mesmo não se pode dizer daqueles que praticamente relatam a sua vida em directo nas redes sociais. Esses têm especial gozo em que “eles” - os outros – saibam de tudo. Do lado que podem mostrar, claro.
E é por aí que ficamos a saber que gente que não tem onde cair morta, com calotes em todo o lado, especialista a fugir ou a não pagar o que deve ao fisco e, por vezes, até em “cenas” um bocadinho mais complicadas, não falta a uma festa, não prescinde de umas férias à beira-mar ou num local exótico e anda sempre em “comícios” e “bebícios”. Não tenho nada a ver com isso, dirão. Errado. Tenho. É que é, também, por causa desta gente e do seu comportamento extravagante que andamos todos a penar. Ah e tal o BNP ou as PPP's são piores. Certo. Pois são. Tão piores quanto o serial killer que matou dez ou vinte é pior que o bandido que apenas esturrou um ou dois. 

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