quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Confusões que ninguém acha útil explicar

A noticia que ontem ocupou grande parte dos noticiários e esteve em destaque em toda a imprensa é mais um exemplo da forma enviesada de comunicar do executivo, da ainda pior qualidade da informação que por cá se pratica e do oportunismo politico que se faz em torno de um qualquer não assunto. Tudo junto.
Dizia-se que o governo teria impedido as universidades de se financiarem com receitas próprias. O que, está bem de ver, seria uma estupidez que a ninguém ocorreria por mais desmiolado que seja. E nesse âmbito estamos bem servidos em termos governativos.
Afinal o que estava em causa era que previsão da receita própria a inscrever no orçamento para 2014 não podia ser superior à receita cobrada em 2012. O que indiscutivelmente é uma medida do mais elementar bom senso e uma regra fundamental para evitar que a sobre orçamentação conduza ao aumento do endividamento. Podiam ter explicado, nem sei por que ninguém o fez, que uma coisa é o que se prevê cobrar e outra, raramente coincidente, o que efectivamente se cobra. Um previsão de 100 nada impede uma cobrança de 200. Ou o contrário. Parece, até para um jornalista, não ser uma coisa muito difícil de entender.
Quanto a mim – mas isso deve ser da minha visão distorcida destas matérias – o que estará em causa será algo completamente diferente. O governo pretende, com este tipo de restrição orçamental, forçar as entidades públicas a despedir funcionários. Obrigar, do lado da receita, a um orçamento igual a 2012 quando, na despesa, é necessário acomodar mais dois meses de vencimentos e o aumento de 18,75% nas contribuições para a CGA é um exercício de quase impossível resolução que outro objectivo não pode ter que a redução de efectivos. Mas isso não convém que se saiba. Principalmente em vésperas de eleições. 

2 comentários:

  1. Por mim, estas atitudes mais não são que actos ditatoriais, só parcialmente esclarecidos depois dos lagartos espernearem. De resto, esta seita gasta-nos os neurónios, uma vez que temos de estar permanentemente a "ver" o que escondem por detrás dos panos. Nunca tivemos PR ou governo mais reles!....

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    1. Terão sempre de existir regras quando se elabora um orçamento e estas nem me parecem mal. O pior são as Intenções pouco transparentes a que esta malta já nos habituou. Tal como a outra que lá esteve antes.

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