A
noticia que ontem ocupou grande parte dos noticiários e esteve em
destaque em toda a imprensa é mais um exemplo da forma enviesada de
comunicar do executivo, da ainda pior qualidade da informação que
por cá se pratica e do oportunismo politico que se faz em torno de
um qualquer não assunto. Tudo junto.
Dizia-se
que o governo teria impedido as universidades de se financiarem com
receitas próprias. O que, está bem de ver, seria uma estupidez que
a ninguém ocorreria por mais desmiolado que seja. E nesse âmbito
estamos bem servidos em termos governativos.
Afinal
o que estava em causa era que previsão da receita própria a
inscrever no orçamento para 2014 não podia ser superior à receita
cobrada em 2012. O que indiscutivelmente é uma medida do mais
elementar bom senso e uma regra fundamental para evitar que a sobre
orçamentação conduza ao aumento do endividamento. Podiam ter
explicado, nem sei por que ninguém o fez, que uma coisa é o que se
prevê cobrar e outra, raramente coincidente, o que efectivamente se
cobra. Um previsão de 100 nada impede uma cobrança de 200. Ou o
contrário. Parece, até para um jornalista, não ser uma coisa muito
difícil de entender.
Quanto
a mim – mas isso deve ser da minha visão distorcida destas
matérias – o que estará em causa será algo completamente
diferente. O governo pretende, com este tipo de restrição
orçamental, forçar as entidades públicas a despedir funcionários.
Obrigar, do lado da receita, a um orçamento igual a 2012 quando, na
despesa, é necessário acomodar mais dois meses de vencimentos e o
aumento de 18,75% nas contribuições para a CGA é um exercício de
quase impossível resolução que outro objectivo não pode ter que a
redução de efectivos. Mas isso não convém que se saiba.
Principalmente em vésperas de eleições.
Por mim, estas atitudes mais não são que actos ditatoriais, só parcialmente esclarecidos depois dos lagartos espernearem. De resto, esta seita gasta-nos os neurónios, uma vez que temos de estar permanentemente a "ver" o que escondem por detrás dos panos. Nunca tivemos PR ou governo mais reles!....
ResponderEliminarTerão sempre de existir regras quando se elabora um orçamento e estas nem me parecem mal. O pior são as Intenções pouco transparentes a que esta malta já nos habituou. Tal como a outra que lá esteve antes.
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