sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O Alentejo não é para jovens

No distrito de Évora são, segundo dados recentemente divulgados, os concelhos de Mora, Alandroal e Estremoz os que apresentam um maior índice de envelhecimento da população. Mora, em primeiro lugar, com trezentos e vinte e oito idosos por cada cem jovens, Alandroal em segundo com duzentos e sessenta e sete e, no último lugar do pódio, Estremoz com duzentos e quarenta e cinco idosos por cada centena de jovens.
Estes números, apesar de não surpreenderem por aí além, não deixam de suscitar algumas inquietações. Veja-se, por exemplo, o caso de Mora. É o único concelho do distrito que tem incentivos à natalidade e ainda assim os resultados são o que se vê. Furar preservativos, distribuir viagra ou deitar qualquer coisinha na água é capaz de ser mais eficaz. Pode, dado o grande número de idosos, não resultar mas, pelo menos, mal não faz e de certeza contribuiria para animar a malta.
Já quanto a Estremoz estes dados suscitam apenas duas questões pertinentes mas com que ninguém se parece importar. A primeira foi a enigmática decisão, do Estado português, de enterrar – não encontro palavra mais adequada às circunstâncias – vinte milhões de euros na recuperação de escolas no concelho quando, os números assim o demonstram, não existem crianças para tanta sala de aula. A segunda, não menos enigmática, que a misericórdia de Estremoz, apesar da elevada quantidade de velhotes, seja a única do distrito que, até à data, não possui um lar para idosos.
A longevidade que se verifica nestes concelhos em particular e no Alentejo em geral pode ter, além de outras, uma explicação mais ou menos razoável. A de que o “investimento” municipal – nomeadamente em Mora e Alandroal - na saúde destes eleitores está a dar resultado.



6 comentários:

  1. Diz o senhor...
    "Já quanto a Estremoz estes dados suscitam apenas duas questões pertinentes mas com que ninguém se parece importar".
    Digo eu: ninguém que conte - até porque vozes de burro não chegam ao céu - mas lá que falei insistentemente sobre o tema falei... deixo aqui, apenas e só, as últimas 2 vezes que me pronunciei sobre o assunto:
    http://www.antonioramalho.net/index.php/pt/2011-10-17-19-51-09/entrevistas/30-entrevista-na-radio-despertar
    http://advalorem.antonioramalho.net/index.php/pt/temas/estremoz/opiniao/99-estremo-definha-em-ritmo-acelerado

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  2. António J. B. Ramalho

    Acredite que este é dos assuntos relativos a Estremoz, e ao interior em geral, que mais mexe comigo e faz-me confusão não ver este assunto na primeira linha das preocupações dos políticos nacionais e locais.

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  3. Uma realidade triste e real, mas neste país os políticos preocupam-se com o povo? A prova está à vista de todos!

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  4. Fatyly

    Os nossos políticos só pensam a curto prazo, apenas trabalham para a reeleição e nem com o futuro da sua classe se preocupam. A continuar assim um dias destes não vai haver eleitores e depois quero ver o que é que os políticos vão fazer.

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  5. Assino por baixo Kruzes, tem toda a razão.
    Quando temos uma população cada vez mais idosa e políticos a pensar apenas na reeleição temos a receita perfeita para o desastre... Mas ninguém leva mal, desde que haja bailaricos e umas excursões a Fátima de vez em quando tá tudo na boa.

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  6. André Miguel

    Inverter isto não é fácil mas, como em tudo na vida, o primeiro passo é reconhecer a existência do problema. E isso foi coisa que poucos fizeram.

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