Ciclicamente
aparecem uns senhores, munidos de um argumentário que rende junto da
opinião pública, a reclamar contra o escandaloso privilégio que
constitui o sub-sistema de saúde da função pública – a ADSE –
e o quanto isso sai caro aos contribuintes. Têm, quase sempre,
grande destaque na comunicação social e a sua mensagem passa
facilmente para a população em geral que, pouco esclarecida acerca
destes assuntos, come a palha toda que esses indivíduos bem falantes
lhes põe na gamela.
Já os estudos e as análises onde é evidenciado que o custo por doente tratado através da ADSE é mais baixo do que no SNS não merece por
parte das televisões grande relevância. Se calhar porque não
vende, não suscita junto da audiência o mesmo sentimento de
indignação ou, sabe-se lá, a sua divulgação não agradará a
certos interesses instalados. Tanto no poder e na oposição. Sim,
porque convém não esquecer que ainda no principio do ano Álvaro
Beleza, coordenador do partido socialista para a saúde, defendeu a
extinção daquele organismo.
O
que não se percebe muito bem é que não se discuta o alargamento do
conceito em que funciona a ADSE aos restantes cidadãos. Pelo menos
aos que assim o desejassem. Para a esquerda seria colocar em causa
uns quantos dogmas que lhe são caros e que a nós não saem
baratos. Para a direita, provavelmente, será a defesa dos interesses
de alguns lobbies que não permite a discussão do assunto. Já o
comum do cidadão, atendendo à inveja que evidencia perante os
privilegiados da ADSE, com certeza que não se importaria mesmo nada
de passar a descontar 2,5% do salário para aceder ao sistema...
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