De
vez em quando lembro-me da cigana que se revoltava por “eles”,
com os computadores, saberem tudo acerca da sua vida. Da dela e dos
outros ciganos. “Eles” eram, no caso, os gajos da segurança
social que através do sistema informático cruzavam informação e
estavam, à época, a impedir que o Rendimento Mínimo ou outros
apoios sociais fossem pagos à mesma pessoa duas, três ou mais vezes
consoante o número de localidades em que teria residência ou os
diferentes documentos de identificação que apresentasse.
De
facto isto com os computadores sabe-se tudo. Ou quase. Mas se a tal
cigana não apreciava que a sua vida estivesse disponível para ser
consultada pelos técnicos que decidiam quanto aos apoios que o
Estado lhe devia ou não disponibilizar, já o mesmo não se pode
dizer daqueles que praticamente relatam a sua vida em directo nas
redes sociais. Esses têm especial gozo em que “eles” - os outros
– saibam de tudo. Do lado que podem mostrar, claro.
E
é por aí que ficamos a saber que gente que não tem onde cair
morta, com calotes em todo o lado, especialista a fugir ou a não
pagar o que deve ao fisco e, por vezes, até em “cenas” um
bocadinho mais complicadas, não falta a uma festa, não prescinde de
umas férias à beira-mar ou num local exótico e anda sempre em
“comícios” e “bebícios”. Não tenho nada a ver com isso,
dirão. Errado. Tenho. É que é, também, por causa desta gente e do
seu comportamento extravagante que andamos todos a penar. Ah e tal o
BNP ou as PPP's são piores. Certo. Pois são. Tão piores quanto o
serial killer que matou dez ou vinte é pior que o bandido que apenas
esturrou um ou dois.
Ora nem mais. Vivemos num mundo globalizado.
ResponderEliminarFireHead
ResponderEliminarE a culpa é dos "amaricanos"!!!