"Se houvesse eleições todas os meses, este país seria um paraíso...
Por todos os lados há obras..."
Esta citação é um comentário escrito num blogue da região – de Beja, parece-me - a propósito de um post onde a sua autora escreveu qualquer coisa acerca das autárquicas e das obras que estarão a decorrer ou que irão ser feitas em virtude da proximidade das eleições. O comentador tem, convenhamos, um conceito um bocadinho estranho do que será o paraíso. Assim como assim prefiro o paraíso dos muçulmanos. Esse, ao que eles garantem, envolverá virgens e isso. Bastante melhor, portanto.
Outra hipótese é que o leitor do tal blogue seja um empresário do ramo da construção e obras públicas. Daqueles que estiveram nas últimas dezenas de anos sentados à mesa do orçamento e a quem as revisões de preços, os trabalhos a mais e outras manigâncias, encheram os bolsos de dinheiro e deixaram o país abarrotar de dividas. Se for esse o caso, até posso perceber que para ele um estaleiro constitua um cenário paradisíaco. Gostos. E esses nem ouso discuti-los.
Poderá ser, também, um eleitor comum. Dos que há por aí aos encontrões. Adoram obras - mesmo que não sirvam para nada a não ser dividas e encargos futuros - e baseiam as suas escolhas em função do número de metros cúbicos de betão gastos pelo politico da sua eleição. É uma opção de vida. Respeitável, como todas as outras. Não venham é depois aborrecer com os impostos que são um escândalo, o malandro do Coelho que só sabe roubar nos ordenados e nas reformas ou essa chata da Merkel que não gosta de nós. É que alguém tem que pagar o vosso paraíso, sabiam?
Eu, como ateia, também me parecia um Inferno. É que isto de pintar as ruas, rotundas, todos os meses era uma canseira. E o barulho das obras?? Se fossem feitas como deveria, as reparações duravam muitos mais mandatos!
ResponderEliminarMesmo sem eleições eles já obram que se fartam...
EliminarSe calhar o que ele queria dizer é que, com esta história de querer 'comprar' os votos de eleitores começam a arranjar tudo o que se atraavessa pela frente, buracos nas ruas, jardins abandonados e por aí fora, vai daí com eleições todos os meses Portugal andaria pelo menos com menos buracos na ruas. Digo eu, mas tem dias em que o que digo não faz sentido algum.
ResponderEliminarAté podia. Mas ainda assim obras por todo o lado não se enquadram na minha ideia de paraíso.
EliminarQuem escreveu tem uma certa dose de razão, porque sempre foi assim, obras que param e são recomeçadas nas vésperas das eleições.
ResponderEliminarNão há dinheiro...mas que raio, havia e há aqui um jardim que era mais de merda do que relva, pois os donos dos animais assim o entendiam. Os da Junta limparam e abriram dez ou 12 buracões em forma de quadrado. Uma semana depois lá vieram uns quantos tapar com cimento, mas uma treta qualquer e por cima uma camada de algo anti-derrapante. Quatro estacas de ferro e velha fita vermelha e colocaram dois ou três bancos. Passaram três semanas e finalmente em cada um deles uma maquineta para praticar desporto. Há poucos dias foi a inauguração com o Sr.Presidente da Junta, julgo que mais ilustres figuras, não sei porque não fui.
Quanto custou tudo aquilo? Mais em cada maquineta deveria estar a "explicação" de como usar...não, ao estilo do Seara, foi colocada uma enorme placa no "raio que o parta" e tens que lá ir para leres as instruções.Quanto custou essa placa?
Hoje passei por lá e claro...quase vazio e apenas algumas crianças corriam e os pais e ou avós sentados com o cuidado de não os deixarem ir para as maquinetas porque na tal placa também diz que é proibido a menores de 14 anos, excepto acompanhado por um adulto. Ora 3 anitos ou 4..não dá.
Anda tudo doido...e a gastadora fui eu e outros milhões como eu!
Para muita gente governação é sinónimo de muitas obras. E foi essa mentalidade que nos desgraçou. Portanto alguém achar que isso é o paraíso tira-me do sério!
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