terça-feira, 3 de setembro de 2013

No segurar é que está o ganho

Por preguiça, mais do que por qualquer outro motivo, raramente dou uso à bicicleta. O percurso para o trabalho é feito a pé e como não sou muito dado à actividade física a título de lazer, o velocípede acaba por quase não sair da garagem. Menos sairá se uma proposta que anda por aí a circular, no sentido de obrigar as bicicletas a ter um seguro, vier a ser concretizada. Estava-se mesmo a ver que, dado o seu exponencial crescimento nos últimos anos, este seria um mercado extremamente apetecível para as seguradoras. Não admira por isso que, um destes dias, o governo faça a vontade a essa malta e obrigue quem quiser andar de bicicleta na via pública a contribuir para encher os bolsos às empresas do ramo segurador. E não só, digo eu, que isto acaba sempre por escorrer qualquer coisinha para fora do pote.
Os argumentos para tal decisão têm, se vistos isoladamente, alguma coerência. Os ciclistas podem, de facto, causar danos a outros utentes do espaço público. Tal como os carrinhos de bebé. Ou aqueles carrinhos, com duas rodas, que as velhotas usam para ir às compras e – parece que fazem de propósito, o raio das velhas - chocam com os nossos tornozelos. Os andarilhos, usados pelos mais idosos e com dificuldade de locomoção, constituem outro perigo escondido. Sabe-se lá os danos que podem causar se uma das rodas atropelar a unha do dedo grande de um transeunte em chanatos. Isto para não ir mais longe. Porque, bem visto, ainda se arranjam uma meia-dúzia de razões que justifiquem a obrigatoriedade de um seguro de peão. 

4 comentários:

  1. outro roubo
    outra vergonha
    é só esquemas pa sacar dinheiro sempre aos mesmos
    qq dia isto estoura

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    1. Não estoura. A malta aguenta. Ai aguenta, aguenta.

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  2. Fizeste-me rir à gargalhada, depois de mais uma semana exaustiva de SOS-avó:)

    Todos os meus andam de bicicleta, menos a neta mais nova que ainda só tem quase dois anos, mas vai na do pai e todos USAM CAPACETE. Não andam nos passeios, mas "nas ciclovias" para tal, quer aqui na Serra de Sintra, quer nas bandas da margem sul.

    As duas netas daqui são federadas no "triatlo" e os treinos é mesmo na estrada.

    O que dizes, com este governo, tudo pode acontecer e já achei fruta a mais, porque concordo há anos e finalmente eis, que os ciclistas devem ter as mesmas obrigações dos automobilistas e vice-versa, daí terem alterado o código da estrada. Por exemplo, já podem andar na estrada dois a dois ou três a três...quando antes tinham que ir em linha e no máximo da berma, que nos surgirem da direita e não havendo sinais, têm prioridade, etc, etc.
    Só não consegui ler na alteração, nem no anterior o uso do capacete e vejo tantos ciclistas sem ele!

    Olha lá pá...se aguentares pega na bike e vai para o trabalho e volta e digo-te que é bem bonita, mas para mim a única será sempre a "pasteleira".

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    1. Para o trabalho não dá. É sempre a subir. Depois o pessoal ainda reclamava do cheiro...

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