Desde
tempos imemoriais que ando a lamentar a ausência de juízo e a
incapacidade de muita gente para perceber a realidade em que vivemos.
Nomeadamente
daqueles que, tendo responsabilidade na gestão de dinheiros
públicos, o fazem de forma absolutamente descuidada. Chamemos-lhe,
simpaticamente, assim.
Se,
por um lado, o governo – estejamos ou não de acordo quanto à
receita aplicada – procura reduzir de forma drástica a despesa do
Estado, por outro, as autarquias esforçam-se por fazer exactamente o
oposto. Gastar o mais que podem. Os espectáculos sucedem-se, os
eventos multiplicam-se e o “investimento” prolifera. Em
consequência disso os credores desesperam e os contribuintes vêem
os seus rendimentos esmifrados para pagar o desvario instalado. Mas
acabar com este estado de coisas deve ser, presumo, claramente
anticonstitucional. E pouco popular entre os eleitores, talvez.
“Vamos
lá, o tempo já está bom, a inscrição é gratuita,
há transporte
até ao local e lanche
no final. Não há desculpa para ficar em casa!”.
Escrevia, no seu espaço no facebook, o presidente de uma das
câmaras mais endividadas da região, visivelmente
empenhado em divulgar um evento promovido pela sua autarquia.
Não será, obviamente, por causa desta iniciativa que a tesouraria
municipal
ficará
mais aflita do
que já estará.
O pior é o exemplo. Foi
a falta dele e
muitíssimos milhares de iniciativas como esta que
contribuíram
para nos
fazer
chegar até aqui. Mas,
toda a gente sabe, a culpa é do Gaspar e da troika. Nem me passa
pela cabeça insinuar que “gestores” destes possam ter a mais
leve responsabilidade. Até
porque é disto
que o povo gosta! E que
a brigada
do croquete aplaude!
Pura realidade e na maioria dos presidentes da Câmara ou Juntas e respectivos "cúmplices" andam numa de...vamos gastar mais antes que venham mais cortes.
ResponderEliminarJamais faço parte dessas brigadas de festinhas.
De facto, os autarcas, na sua maioria, são do pior que há. Umbiguistas... :) Aqui em Ílhavo, onde se tem visto obra, verdade seja dita, inventaram o imposto sobre a vista para a ria. Então, um primo que tem o quintal virado para um fiozinho de água ridículo lá ao longe recebeu uma conta de 800 euros para pagar por tal luxo. E esta hein?
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