segunda-feira, 15 de abril de 2013

Tudo à borla!


Desde tempos imemoriais que ando a lamentar a ausência de juízo e a incapacidade de muita gente para perceber a realidade em que vivemos. Nomeadamente daqueles que, tendo responsabilidade na gestão de dinheiros públicos, o fazem de forma absolutamente descuidada. Chamemos-lhe, simpaticamente, assim.
Se, por um lado, o governo – estejamos ou não de acordo quanto à receita aplicada – procura reduzir de forma drástica a despesa do Estado, por outro, as autarquias esforçam-se por fazer exactamente o oposto. Gastar o mais que podem. Os espectáculos sucedem-se, os eventos multiplicam-se e o “investimento” prolifera. Em consequência disso os credores desesperam e os contribuintes vêem os seus rendimentos esmifrados para pagar o desvario instalado. Mas acabar com este estado de coisas deve ser, presumo, claramente anticonstitucional. E pouco popular entre os eleitores, talvez.
Vamos lá, o tempo já está bom, a inscrição é gratuita, há transporte até ao local e lanche no final. Não há desculpa para ficar em casa!”. Escrevia, no seu espaço no facebook, o presidente de uma das câmaras mais endividadas da região, visivelmente empenhado em divulgar um evento promovido pela sua autarquia. Não será, obviamente, por causa desta iniciativa que a tesouraria municipal fica mais aflita do que já estará. O pior é o exemplo. Foi a falta dele e muitíssimos milhares de iniciativas como esta que contribuíram para nos fazer chegar até aqui. Mas, toda a gente sabe, a culpa é do Gaspar e da troika. Nem me passa pela cabeça insinuar que “gestores” destes possam ter a mais leve responsabilidade. Até porque é disto que o povo gosta! E que a brigada do croquete aplaude!

2 comentários:

  1. Pura realidade e na maioria dos presidentes da Câmara ou Juntas e respectivos "cúmplices" andam numa de...vamos gastar mais antes que venham mais cortes.

    Jamais faço parte dessas brigadas de festinhas.

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  2. De facto, os autarcas, na sua maioria, são do pior que há. Umbiguistas... :) Aqui em Ílhavo, onde se tem visto obra, verdade seja dita, inventaram o imposto sobre a vista para a ria. Então, um primo que tem o quintal virado para um fiozinho de água ridículo lá ao longe recebeu uma conta de 800 euros para pagar por tal luxo. E esta hein?

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