Tenho alguma dificuldade em perceber o objectivo de certos roubos.
Furtos, vá. Os motivos porque alguém arrisca, se apanhado com a mão na massa,
levar uma tareia para furtar ninharias constitui desde sempre um enigma apenas
vagamente justificado pela imbecilidade do meliante.
Não estou a pensar em quem rouba uma lata de atum ou um pão porque
tem fome. Embora, na generalidade dos casos em que isso acontece, quase sempre
se faça um drama quando a realidade, na maioria das circunstâncias, apresente
uma configuração bastante diferente.
Recordo-me, por exemplo, quando há trinta anos atrás a malta ainda
era pobre e andava de motorizada. Daquelas de barulho irritante e acessíveis a
todas as bolsas que pouco tinham a ver com estas todas sofisticadas e
caríssimas que agora por aí circulam. Nesse tempo roubavam-se, nunca soube
porquê, as tampas dos depósitos de gasolina das motoretas. Apesar de, mesmo
para a época, o preço ser praticamente insignificante chegavam a gamar dúzias
delas de uma só vez.
Neste fim-de-semana prolongado furtaram os tampões das rodas –
embelezadores, parece que é assim que se diz - do meu rodinhas. Ao meu e a mais
uns quantos automóveis estacionados no mesmo parque. Uma parvoíce, porque
aquilo não vale nada. Um conjunto de quatro coisas daquelas custa nove euros e
noventa no Continente. Duvido, por isso, que algum esfomeado ou vitima das
politicas de direita e da sociedade capitalista – expressões que ficam sempre
bem para justificar a pequena criminalidade - consiga matar a fome, sua ou dos
seus, com o que me gamou. Mas que lhes façam bom proveito. A ele e ao Belmiro.
Pois é amigo, dizes tu que não valem nada...agora multiplica 4 por milhares, pois tem sido uma constante...e o mal é haver receptores...e sempre dá para as doses de drogas necessárias.
ResponderEliminarDeveriam era roubar as dos carrões dos políticos, familiares e amigos e havias de ver se tudo não mudaria.