Ao
contrário do que julgávamos o Sol quando nasce, afinal, não é
para todos. Literalmente. Em Espanha – para já, porque certamente
não faltará quem pretenda seguir o mesmo modelo – o astro rei vai
ser nacionalizado. O governo espanhol prepara-se para criar
legislação que visa taxar a energia gerada e consumida no mesmo
edifício. Ou seja, quem investiu nas energias alternativas pensando
em poupar uns cobres vai, caso esta ideia brilhante se concretize,
gastar ainda mais dinheiro do que se recorrer ao consumo através da
rede eléctrica. Mais vinte sete por cento, ao que adiantam algumas
estimativas. E se fizer a coisa à surrelfa sujeita-se a uma multa
que pode ir até aos trinta milhões de euros. A ideia, assumida
pelos governantes espanhóis, é proteger as empresas do sector
eléctrico, coitadas, precavendo uma provável desestabilizarão do
mercado da energia por utilização excessiva desta forma de geração.
Que é como quem diz, evitar que os lucros das empresas do ramo
diminuam.
Pouco
me surpreende se por cá, mais dia menos dia, alguém num momento de
rara sagacidade tiver ideia semelhante. Ou, quiçá, até pior. Um
imposto sobre a electricidade gerada a partir da energia solar ainda
é capaz de ser pouco. Há que ir mais longe. Porque não fazer o
mesmo relativamente aos painéis para aquecimento de água, para
compensar as empresas de gás?! Ou, melhor, sobre a utilização de
estendais para secar a roupa? Os fabricantes de secadores iam ficar
satisfeitos. E, num rasgo de ousadia, que tal taxar a malta que por
nas praia, piscina, no quintal ou mesmo na rua, se farta de trabalhar
para o bronze? Um imposto sobre o bronzeado é que era!
O
rol de hipóteses parece infindável. Portanto, com um pouco de
imaginação, teremos o problema das contas dos Estados resolvidos
num ápice e os accionistas de um incontável numero de empresas
todos contentinhos. E isto é apenas o começo. Certamente se
seguirá o vento, a chuva e o ar que respiramos.
Não duvido nada, até porque já faltou mais. Para o socialismo o limite é a imaginação.
ResponderEliminarAndré Miguel
ResponderEliminarIsto é impressão minha ou o socialismo passou a ser a ideologia dominante? É que, parece-me, da esquerda à direita anda tudo com ideias socializantes!
Abraço
KK