Dados
recentemente divulgados revelam que, no espaço de apenas um ano, os
municípios nacionais reduziram o total da divida autárquica em mais
de mil milhões de euros. Ainda que neste número possam
eventualmente estar contidos alguns esquemas contabilísticos
destinados a mascarar as contas, a verdade é que este resultado,
mesmo assim, é digno de registo e merecedor de uma palavra de apreço
relativamente aos autarcas. Convém lembrar que no mesmo período as
receitas municipais tiveram uma quebra bastante acentuada, o que
valoriza ainda mais os resultados obtidos. De realçar, também, que
esta diminuição do endividamento, apesar das circunstâncias, não
prejudicou os serviços que são prestados às populações nem pôs
em causa, que se saiba, o funcionamento de nenhuma autarquia.
Pode
argumentar-se que o facto de muitos funcionários municipais não
terem recebido os subsídios de férias e natal contribuiu para esta
diminuição da divida. Verdade que sim. Mas isso não foi o factor
decisivo. A melhoria das contas deve-se, no essencial, a dois
factores: Por um lado uma gestão bastante mais rigorosa do que vinha
acontecendo motivada pela pressão dos credores através da
generalização do recurso a meios de cobrança muito mais
persuasivos, chamemos-lhe assim. O segundo factor, não menos
importante, foi a implementação da Lei dos compromissos e
pagamentos em atraso. Terá sido, também, graças a esta lei,
apenas ignorada por 26 dos 308 municípios, que responsabiliza
criminal, civil e financeira dos eleitos e dirigentes municipais, que se conseguiu operar este pequeno milagre. Deve ser por isso que o Totó Inseguro já prometeu acabar com ela mal chegue ao poder...
Oxalá que esse Totó e a sua comitiva nunca cheguei ao poleiro!
ResponderEliminarFatyly
ResponderEliminarPois...Mas um dia destes vai lá estar para concluir o que o Sócrates começou. Isto é, dar o passo que falta em direcção ao abismo.