É
costume olhar-se, especialmente em altura de eleições, para as
promessas dos autarcas ou para a maneira como estes esturraram o
dinheiro ao longo do(s) mandato(s). Esta perspectiva, ainda que também
usada aqui no Kruzes, parece manifestamente redutora. Embora sejam
eles que administram os recursos e tomam as decisões, afinal foi
para isso que foram eleitos, também se afigura de todo o interesse
analisar as críticas que vão sendo tecidas por aqueles que se vão
candidatar e pelos que não se candidatam mas que gostavam de ser
candidatos se houvesse alguém que se arriscasse a candidatá-los.
A
esmagadora maioria dos reparos à actuação dos executivos em
funções – vindas da parte de potenciais ou putativos candidatos –
envolvem a falta de investimento. Por mais que se gaste, parece que
não falta quem ache que ainda é pouco. Atente-se nalguns exemplos.
O país vive numa permanente overdose de cultura, basta ver os sites
dos municípios ou a publicidade a eventos de toda a espécie em que
se tropeça permanentemente, mas, ainda assim, acham que é pouco.
Constroem-se escolas por todo o lado, mesmo onde não existem
crianças – é uma festa, como dizia a outra – mas, apesar disso,
querem mais. Ainda que se tenham construído piscinas, pavilhões,
parques de feiras e exposições, casas de cultura, multiusos,
rotundas e estradas nos lugares mais inóspitos, para esta gente tudo
isso continua a ser pouco. E o rol podia continuar...
Ao
ler as declarações de muitos candidatos - ou candidatos a
candidatos ou não candidatos desgostosos por não serem candidatos –
fico com a sensação que se trata de pessoas que chegaram
recentemente a Portugal vindas directamente de um local qualquer onde
não chega informação sobre o país. Ou, então, são gastadores
compulsivos a divagar acerca do que fariam se pusessem as mãos no
pote. Seja num ou noutro caso eles parecem não saber – nem sonhar
– que, tal dizia o gajo que estuda em Paris, o mundo mudou e que
isso do gastar hoje e pagar quando calhar já não é coisa deste
mundo. A menos que estejam ansiosos por ir fazer companhia ao
Isaltino.
Ora nem mais...subscrevo!
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