A música é uma coisa importante. A felicidade também. E os autarcas, como sabemos, gostam de ver os seus eleitores felizes. Daí que uma autarquia gastadora e visivelmente empenhada em aumentar o nível de satisfação dos munícipes tenha decidido criar uma academia de música. Daquelas à séria, com professores e tudo. Pagos, como seria de esperar, com o dinheiro dos contribuintes.
Pode, assim ao primeiro olhar, nem ser a pior maneira de esturrar o graveto que nos sai das algibeiras. Qualquer um se lembrará, sem grande esforço, de outras quinhentas e vinte e duas formas bem piores. A questão nem é essa. É, antes, o poder politico a imiscuir-se naquilo que não lhe diz respeito. A intrometer-se nas competências da sociedade civil e a espalhar os seus tentáculos por áreas das quais se devia afastar. Por muitas razões. A começar pela transparência e independência de que estas actividades deviam gozar face à politica.
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