quinta-feira, 15 de maio de 2014

Remate kruzado

Tudo o que ontem podia correr mal ao Benfica, correu. A equipa terá feito, muito provavelmente, a pior exibição da época, o árbitro errou que nem o Pedro Proença quando apita o SLB, o Jorge Jesus parecia o Paulo Fonseca e alguns jogadores do Glorioso exibiram-se ao nível do que fizeram esta temporada a maioria dos seus congéneres do FC Porto. Foi essa estranha conjugação de factores que permitiu ao Sevilha - uma equipa sem classe onde são titulares jogadores que nem para o Sporting serviam - levar a taça para casa.
Foi apenas um jogo de futebol. Nada, convenhamos, de muito relevante. Coisa que pouco tem a ver com maldições, também. E que, sobretudo, dispensa hipocrisias. Daí achar deplorável e um atentado à inteligência as sucessivas e constantes referências a uma alegada maldição supostamente lançada, há mais de cinquenta anos, por um treinador que há muito tempo está a fazer tijolo. O mesmo que, recorde-se, afiançava que o Benfica não tinha cú para duas cadeiras, pretendendo justificar a incapacidade da equipa que liderava em lutar simultaneamente por uma prova europeia e pelo campeonato. Parece que afinal não é bem assim e as duas últimas épocas demonstraram-no. Assim como outras já muito depois do tal húngaro ter deixado o Glorioso. Mas isso parece importar pouco a quem tem por obrigação de, até por razões profissionais, contar a história toda e não apenas a parte que dá jeito.
Compreendo todos os que exultam com a derrota do Benfica. As muitas derrotas do Sporting e os recentes desaires do Porto também me deixam profundamente agradado. Tenho até, nesse âmbito, tido muitas alegrias. E para justificar a satisfação que me dão nem preciso de argumentar – como alguns totós andam por aí a fazer – com os portugueses que integram a equipa adversária. Gosto apenas que percam. Porque sim.

5 comentários:

  1. Essa coisa da maldição já cheira mal. Ou não tivesse 50 anos (que me perdõem os seres humanos que têm mais de 18.
    Qual maldição qual quê!
    Toni, sabemos quem é, explicou ontem, na SIC Notícias, antes do jogo começar, como nasceu essa maldição e, ou somos todos toscos na compreensão, ou não aconteceu nada como se diz.

    O Benfica jogou mal, sobretudo na primeira parte. O que não branqueia a arbitragem torpe do alemão-advogado-apitador.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. A cada final perdida fica mais próxima a que se há-de ganhar. É a lei das probabilidades.

      Eliminar
  2. As superstições têm levado muitos à loucura e esta é totalmente aparvalhada e aparvalhados são os que acreditam nela. Quando se erra, quando se falha, quando...quando...arranjamos sempre uma desculpa esfarrapada. Não se aprende com os erros? Claro que sim e o caminho é para a frente.

    Vocês percebem mais de futebol do que eu, e subscrevo inteiramente o que dizes.

    Bom sábado

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Transformaram um desabafo do homem numa maldição...

      Quanto a desculpas...Bom, é destas coisas...Só podia ganhar um!

      Bom fim de semana

      Eliminar
  3. Havemos de voltar a ir a uma final e ganhá-la finalmente! Porque não já na próxima época? Depois do que aconteceu na época anterior, nunca imaginei que pudéssemos repetir a dose (europeia) nesta época que terminou. Porque não dar-lhe continuidade e finalmente fazer algo diferente, ou seja, ganhar, para variar?

    ResponderEliminar