A
relutância dos comerciantes em emitir factura começa a
aborrecer-me. Assim que me ouvem dizer “a factura é com número de
contribuinte, se faz favor” parece que ficam atormentados como se
qualquer coisa desagradável lhes estivesse prestes a acontecer. Isto
sucede, quase exclusivamente, naqueles estabelecimentos onde são os
patrões a mexer na caixa. Ou noutro recipiente onde guardam o
dinheiro que não passa pela dita. Já nos locais onde são os
empregados – colaboradores, vá – a operar a caixa não tenho
razões de queixa.
Mas
não são os únicos. Até mesmo – pasme-se - os restantes
clientes me olham como se fosse um extraterrestre que por ali
apareceu. Como se estivesse a pedir algo a que não tivesse direito
ou que não constituísse um dever da parte de quem me recebe o
dinheiro. Os mesmos que, presumo, depois de terem terminado de dizer
mal de mim e das minhas exigências extravagantes, voltarão a
lamentar-se de como o país está mal, do dinheiro que falta para
tudo e desses malandros dos políticos que não tomam medidas para
pôr toda a gente a pagar impostos.
Tenho,
por estes dias e a este respeito, ouvido uns quantos comentários
sarcásticos - jocosos, até - a que me esforço por não ripostar. Não sei é por
quanto tempo vou manter este surpreendente – mesmo para mim –
nível de fair-play. É que embora lavar a cabeça a burros – já
dizia a minha avó, essa sábia senhora – seja um “gastadouro”
de sabão, receio que, um dia destes, o caldo se entorne. Está a
encher assim uma espécie de balão que ainda é capaz de rebentar
perto de uma registadora.
Tem calma rapaz e continua a pedir e não te chateies, estás no teu direito e maisnada:)
ResponderEliminarPerante tanta idiotice às vezes é difícil...
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