A
decisão do Município de Tomar no sentido de conceder um dia por
mês de tolerância de ponto aos seus funcionários está a motivar,
como seria de esperar, um chorrilho de comentários, na sua maioria
disparatados, em tudo quanto é sitio onde se pode expressar opinião.
Por algum motivo que me escapa esta medida está a deixar irritada
uma imensidão de gente. Gente que, diga-se, em nada é afectada com
esta opção do município nabantino. O atendimento ao público
estará assegurado, os serviços essenciais estarão a funcionar e,
daqui, não resultará mais despesa para a autarquia. Assim sendo não
parece que isto prejudique seja quem for, nomeadamente os muitos
ofendidos que por aí pululam. A esmagadora maioria dos quais, se
calhar, nem nunca pôs as patas naquela cidade.
Curiosamente,
ou talvez não, uma outra noticia que refere a contratação – essa
sim geradora despesa pública - de dezoito psicólogos e dois
terapeutas da fala, por uma autarquia do norte do país, merece uma
inusitada quantidade de elogios. Não que a ideia de ter todos os
miúdos, de todas as escolas primárias do concelho, a ser
acompanhados por estes técnicos não seja meritória. Ao nível,
acredito, a que poucos países desenvolvidos e que não passam por
problemas sequer comparáveis aos nossos se poderão dar ao luxo.
Quero,
com esta comparação, sublinhar que por cá continuamos a não nos
preocupar com isso da crise, da falta de dinheiro e do esbanjamento.
Pouco nos importa que o nosso dinheiro seja esturrado por políticos
lunáticos. O que não admitimos é que outros tenham melhor
qualidade de vida que nós. Mesmo que isso em nada prejudique a
nossa. Tal coisa, no meu dicionário, chama-se inveja.
Tiro-te o meu chapéu!
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