domingo, 5 de janeiro de 2014

"Não, obrigado"?! Nunca comi...

Quando peço a factura relativa ao que estou a pagar tenho a sensação esquisita que estou a causar um tremendo aborrecimento a quem está do outro lado da máquina registadora. Desconfio, até, que mentalmente me estão a chamar uma série de nomes nada simpáticos. Isto enquanto não evacuo a área, porque depois deve ser em alto e bom som.
Se calhar sou eu que ando a ver coisas. Mas, independentemente disso dos automóveis a que a factura nos habilita, trata-se de um dever de cidadania. De cada vez que pagamos – mesmo um simples café, por exemplo – parte desse dinheiro não é de quem nos vendeu o produto mas sim do Estado. Do país. De todos nós, afinal. Assim sendo parece-me da mais elementar justiça fazer o que está ao meu alcance para que ele chegue ao destino. Impedir um roubo, no fundo.
Presumo que haja quem não goste. Azar. Habituem-se. É altura de, a isso dos impostos ser coisa apenas para alguns, dizer “não, obrigado”.

4 comentários:

  1. Cá para mim o KK está é a tentar candidatar-se àquele prémio que o governo pretende sortear a quem pedir factura, não quer é dizer nada (ahahah). Vai na volta sai-lhe um BMW...

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Nem imagina quanto estou a precisar de um. Mas daqueles novinhos em folha porque esses das finanças devem ser dos penhorados...

      Eliminar
  2. Eu concordo, só que isso trás uma "pequena" desvantagem - para que quer o Estado saber onde compro mais, onde gasto mais dinheiro? É para saber onde pode aumentar mais o IVA? É para saber se gasto mais do que o que ganho (nesse aspecto até acho que seria bom). A factura sem contribuinte poderia ser feita de forma a obrigar os prestadores de serviço a facturar efectivamente (e há formas muitos simples de fazer software para tal) por isso é que não gosto desta medida e nunca peço factura com contribuinte a menos que me dê para o IRS. Porquê? Sinto que me estão a roubar a minha liberdade, sinto que querem saber se os portugueses gastam mais a votar para a casa dos Segredos ou a ler livros políticos, sinto que querem saber mais do que lhes deveria ser permitido e sinto também que, muito facilmente os nossos dados estão disponiveis para quaisquer grandes empresas. É quase como os supermercados que nos dão um cartão com descontos e as pessoas ficam todas felizes com isso e esquecem-se que, por trás desse cartão, está uma filosofia que dará milhões à empresa, que dará informações sobre a família, sobre o estilo, os hábitos, as preferências. Isto, no nosso Estado, parece-me doentio pois não acredito que esta medida seja única e exclusivamente para obrigar a facturar...acho que anda por aí uma grande vontade de vigilância e espionagem à população que não me agrada.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Para saber tudo acerca da vida dos portugueses não é necessário nada de tão rebuscado. Basta ir ver o facebook...

      Eliminar