domingo, 5 de outubro de 2014

A tortura dos números

Os números, diz-se, quando torturados dizem aquilo que nós quisermos. Não concordo com esta tese. Os números são o que são e nós é que os interpretamos da maneira que nos dá mais jeito. Um bocado como a realidade. Acontece, também no âmbito das contas, muitas vezes querermos ver algo completamente diferente daquilo que está realmente a acontecer. Assim a modos como aqueles penaltis que a nosso favor são óbvios e se contra nós não passam de invenção do árbitro.
Tudo isto vem a propósito de algumas análises que nos últimos dias tenho lido a propósito do aumento do salário mínimo. Não discuto se será ou bom ou mau para a economia, se vai provocar mais desemprego, se devia ter ficado na mesma ou se o aumento podia ter sido maior. Cada um pode ter a sua opinião. Mas desenvolver rebuscadas teorias onde, através da tortura dos pobres números, pretender demonstrar que, afinal, quem aufere o salário mínimo ainda vai ficar a ganhar menos, já parece um bocado parvo de mais. Acrescente-se, ainda, a tese de que a segurança social vai, com esta subida do SMN, perder dinheiro e temos a cereja em cima do bolo no que se refere às opiniões parvas.
Podemos brincar com o que quisermos. Inclusive com os números. Não tem nada de mal. Convém é avisar, não vão os mais ingénuos acreditar...

2 comentários:

  1. Completamente de acordo!

    Bom domingo

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  2. Para muito boa gente a matemática não é uma ciência exacta.
    O melhor é não dar importância.
    Aquele abraço e votos de boa semana

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