quarta-feira, 23 de julho de 2014

Multiplicai-vos e pagareis menos impostos...

Muito se tem falado e escrito ultimamente sobre a reforma do IRS. Nomeadamente acerca daquela coisa da natalidade e de como é urgente e necessário estimular os portugueses a procriar. Admito que a via fiscal possa constituir um incentivo a que os portugueses se reproduzam. Mas, por si só, não chega. Não passa de preliminares. Isto se, em simultâneo, não criar um sistema de fiscalidade ainda mais injusto do que o existente.
Se beneficiar fiscalmente quem tem filhos parece consensual, já não se afigura tão merecedor de concordância tratar, em sede de IRS, por igual um contribuinte que nunca teve descendentes e outro que, tendo tido porventura até uma extensa prole, já não inclui a descendência na sua declaração fiscal. A menos que se pretenda pôr o pessoal a fazer filhos durante toda a vida. Mas isso já depende, chamemos-lhe assim, do incentivo...
Embora acredite nas bondosas intenções de quem teve as ideias agora em discussão, creio – para não dizer que tenho a certeza – que nada disto contribuirá para os portugueses se reproduzirem em número razoável. As pessoas têm, actualmente, outros valores – se é que se podem chamar isso - de que não abdicam. São opções que, mais cedo do que tarde, vão pagar. E muito mais caras do que hoje podemos supor. 

4 comentários:

  1. Se os incentivos fiscais não forem acompanhados da criação de condições para os filhos poderem estudar, e poderem ter perspectivas de emprego após os estudos, tirem o cavalinho da chuva.

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    1. A questão da natalidade tem, na minha modesta opinião, apenas a ver com uma questão de mentalidade. As pessoas hoje são egoístas e não querem ter aborrecimentos. Preferem mobilizar os poucos recursos de que dispõem para viajar e comprar as últimas novidades tecnológicas. Se fossem apenas uma questão de perspectiva de vida na faixa de Gaza não nascia ninguém mas, ao invés, as gajas fartam-se de parir...Ou por cá as ciganas, que têm filhos até mais não. É tudo uma questão de prioridades.

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  2. E as ciganas nem precisam de incentivos. Já têm os rendimentos sociais que não merecem e ninguém fiscaliza.
    A questão da natalidade não é de fácilo resolução mas, como diz o Pedro, é preciso encontrar condições para o fururo dos filhos. O que não consta da proposta.

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    1. Não há solução para este problema. As pessoas têm outras prioridades e pronto. Ainda bem que os pais deles não pensaram assim...

      Quando fui pai ganhava uma miséria, tinha acabado de construir uma casa e o dinheiro acabava-se uma semana antes do fim do mês. Se calhar podem achar que fui irresponsável. Eu tenho orgulho pela minha opção!

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