A capacidade gastadora dos autarcas nacionais é sobejamente reconhecida. Não faltam livros, artigos em jornais e trabalhos televisivos a enaltecer as suas manifestas qualidades nesta matéria. Já no que diz respeito à generosidade que evidenciam no perdão das dividas dos seus eleitores, o reconhecimento tarda em surgir. Um injustiça a que, quanto antes, urge pôr fim.
Segundo os dados da DGAL, públicos e disponíveis na Internet para quem os quiser consultar, a divida de clientes no conjunto das trezentas e oito autarquias ascendia a mil cento e trinta e cinco milhões de euros. Coisa que, obviamente, pouco incomodará os autarcas. Importunar os eleitores com cobranças coercivas é demasiado aborrecido e, já se sabe, eleitor chateado é gajo para votar na oposição.
Presumo que o montante da divida atrás mencionado será, maioritariamente, constituído por facturas de água por pagar. Como se sabe este é um problema recorrente em muitos municípios. Nomeadamente lá para o norte. A infinita bondade de quem vai perdoando os caloteiros apenas serve para promover a injustiça e desigualdade entre os cidadãos e empresas que pagam e os que não pagam. Ou será que alguém acha razoável que uma empresa não pague a factura da água mas deduza o IVA da mesma? Ou que um individuo que não paga as facturas as veja contribuir para as suas deduções no IRS? A mim parece-me que não.
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