domingo, 7 de setembro de 2014

A suposta crise terá supostamente acabado

Tendo a concordar com a ministra das finanças quando ela garante que isso da crise é coisa do passado. Ou então, mesmo que a crise ainda por cá ande e a governante esteja equivocada, quem terá razão é o gajo do BPI quando afiança que o pagode aguenta mais austeridade.
Os sinais que sustentam uma ou outra tese estão por aí à vista de todos. São mais que muitos. O Algarve por exemplo. Estava, na semana que ora findou e ao que parece nas outras também, cheio como poucas vezes terá estado antes. Por mim, que já para lá vou há muitos e muitos anos, nunca o vi como agora. Restaurantes à cunha, esplanadas repletas de gente, praias onde quase não cabia mais ninguém, hotéis esgotados e ruas onde os passeantes tropeçavam uns nos outros. E isto com uma percentagem elevadíssima de portugueses. Para quem estará em crise, ou com manifesta dificuldade em suportar um maior aperto orçamental, até nem parece assim tão mau...
Provavelmente revelador de qualquer coisa é o facto de, para além do inglês, quase só ter ouvido a “pronuncia do norte”. Verdade que eles falam muito e quase aos gritos e, por isso, ouvem-se a uma distância considerável. Mas não explica tudo. Pode é constituir um sinal, nomeadamente pelo facto de grande parte do tecido empresarial estar instalado a norte do Mondego, de que alguma coisa estará a mudar em relação aos últimos anos no que diz respeito à confiança que as pessoas terão quanto ao futuro. 

6 comentários:

  1. Tenho para mim que a verdadeira crise limita as gentes com menores rendimentos. Logo, as pessoas que já de si não seriam grandes frequentadoras dos 'All.garves' e outras paragens do género.
    As outras, com maiores capacidades económicas, terão optado pelas 'estranjas', num período em que ir para fora era, além de fino, mais atractivo, vá lá saber-se porquê. É essa classe que actualmente está de regresso aos grandes centros de férias.

    Se a ministra que Coelho consagrou diz uma coisa dessas, deveríamos perguntar-lhe porque continua a apertar o cinto à malta. Por masoquismo?
    Não garanto estar a ver bem a coisa mas não devo andar muito longe.

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    1. Concordo com a sua leitura. Só não creio que se trate de masoquismo. Temos um problema sério a nível orçamental que os compromissos subscritos pelo PS, PSD e CDS nos obrigam a respeitar. Se nem o Hollande, apesar das promessas, conseguiu dar a volta a essa questão também não me parece que sejamos nós, com este governo ou qualquer outro, a conseguir. Há sempre aquela coisa de pôr a economia a crescer e resolver o problema por aí...mas isso até eu posso prometer.

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    2. Subscrevo inteiramente as tuas palavras e do Observador.
      Se a dita crise já passou não dei por nada, não fui para lado algum, não dá para ir comer fora as vezes que me apetecia...enfim amigo deve ter acabado para eles que continuam a nomear "equipes, assessores, secretários e nós "metidos em armários".

      Uma boa semana porque tenho pelo menos mais uma semanita de férias com as netas que saio de lá mais cansada da cabeça do que fisicamente. Estou mesmo velha!

      Um abraço extensível aos teus

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    3. Obrigado e uma boa semana!

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  2. Quando aí estive no final de Junho, princípios de Julho, também comentei isso - a crise sente-se pouco.
    Senti mais há dois anos.
    Bons sinais?
    Espero que sim.
    Boa semana

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    1. A crise é apenas para quem está desempregado. De resto vai tudo fazendo a mesma vidinha.

      Boa semana!

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