segunda-feira, 2 de junho de 2014

Finalmente alguém de acordo!

Quando dos primeiros cortes de vencimentos – ainda no tempo do Sócrates, só para recordar os mais esquecidos e os manifestamente eufóricos com a perspectiva do regresso dos socialistas ao poder – argumentei vezes sem conta que o produto liquido das reduções salariais seria meramente residual. Isto porque, como era óbvio, a menor vencimento corresponderiam menos impostos. Provenientes do consumo e, sobretudo, dos descontos. Daí que, apesar dos cortes, os impostos e os descontos não tenham parado de aumentado. Porque seria?!
Este meu argumento foi, entre os que se dignaram retorquir, quase sem excepção liminarmente recusado. Alguns interlocutores fizeram mesmo questão de mostrar, quase fazendo um desenho, que a minha posição estava profundamente errada. Outros limitaram-se a chamar-me asno. Houve até um brilhante blogueiro - escreve num dos blogues mais lidos da blogosfera nacional - que me alertou para um facto deveras perturbador: “Os funcionários públicos não pagam impostos!”. Proclamou, então, a besta.
A questão dos cortes dos vencimentos na função pública nada tem a ver com o défice, com o equilíbrio orçamental nem com a redução da despesa pública. É, apenas e só, uma questão ideológica. Daí que, tal como argumentei para a redução o inverso também é verdadeiro, a agora decretada reposição salarial em muito pouco vá beneficiar os trabalhadores atingidos pelo roubo. Vai ser como o Benfica do outro ano. Perde-se tudo nos descontos...

1 comentário:

  1. Tens toda a razão...irão ser repostos mas absorvidos nos descontos. Tal como o ordenado mínimo, será que pelo enorme aumento que é não inventem um novo escalão de IRS para o gamarem?

    Ai KK isto está numa cebolada e pior do que tudo pelo que já passamos...a malta irá lá pôr de novo o PS? que Deus me acuda.

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