Apertava-o entre os dedos e vagarosamente levava-o à boca. Adivinhava-se a satisfação com que o chupava até fazê-lo desaparecer. Os restos do seu prazer esses lançava-os no ar partilhando-os com quem estava por perto. No caso eu. Que na ocasião degustava um bolo adulterado pela nuvem de fumo em que estava envolvido e que, talvez por isso, se fragmentou em milhares de pequenas partículas que se alojaram no intervalo dos meus dentes desalinhados. Algum tempo depois muitas delas, voaram na direcção inversa ao sentido do fumo e, se é certo que a pontaria ainda não está completamente afinada e algumas passaram ao lado do alvo, garanto que um número apreciável atingiu plenamente o objectivo. São pequenos prazeres e cada um goza conforme pode...
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