A diferença de tratamento que é dispensada aos reformados e aos trabalhadores a recibo verde é, para ser simpático, absolutamente revoltante. Isto perante a passividade geral da sociedade. Se, quanto aos primeiros, qualquer tentativa de redução do valor da reforma provoca um imenso movimento de protesto, declarações de incontitucionalidade e uma histeria quase geral, já quando os rendimentos dos segundos são brutalmente reduzidos a indiferença é, excepção feita aos visados, praticamente total.
Obviamente que as pensões mais baixas devem ser protegidas. Ninguém, acredito, colocará isso em causa. Mas o mesmo tratamento deveria ser adoptado relativamente às centenas de milhares de chamados trabalhadores independentes. Muitos dos quais, talvez a maioria, a ganhar bastante menos do que os reformados que toda a gente acha devem ser protegidos. Deve ser essa coisa dos direitos adquiridos, ou lá o que é. Ou, se calhar, da solidariedade inter-geracional, em que os cortes nos baixos salários dos mais novos evitam a redução das elevadas pensões dos mais velhos.
Sou, por principio, contra todo e qualquer tipo de cortes nos vencimentos e pensões. Todos. Incluindo por aumento de impostos sobre o rendimento ou contribuições para a segurança social. Está amplamente demonstrado que nada resolvem. O que considero intolerável é a discriminação com que se tratam uns e outros.
Sempre a dividir os portugueses e a atirá-los uns contra os outros. Até nisto.
ResponderEliminarBoa semana.
Esta divisão é, de facto, revoltante.
EliminarBoa semana!
Subscrevo inteiramente!
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