sábado, 14 de junho de 2008

Javardice

O Estado é uma entidade negligente relativamente à limpeza, conservação e manutenção dos seus bens. Disso temos, infelizmente, exemplos por todo o lado e a nossa cidade não foge à regra geral que impera no país.

A imagem documenta um desses casos. Um edifício público, no centro de Estremoz e num dos locais mais movimentados da cidade, onde os ninhos de andorinhas são em tal número que, para além de contribuírem para a degradação do edifício, dão uma imagem repulsiva, nojenta mesmo, de toda a área envolvente. Os passaritos até podem ser de uma espécie protegida. Podem até os ambientalistas, os ecologistas, os pseudo-defensores dos animais e toda a restante intelectualidade ter uma panóplia de argumentos, de leis, regulamentos e tratados para justificar que nada se faça para impedir este estado de coisas.

Poder, podem. Agora que é uma JAVARDICE, lá isso é.

2 comentários:

  1. Sou funcionario publico e por mais que me custe a admitir esta é a verdade.
    E como se não fosse grave o suficiente o que acontece realmente é que cada instituição tem todos os anos uma verba que serve única e exclusivamente para o dito. Reparar e limpar fachadas. Esse dinheiro não pode ser gasto em mais nada voltando aos cofres do estado findo cada ano.
    Não quero limpar as culpas da entidade que me emprega mas se a maior parte dos edificios se encontra em estado degradado é por que quem gere o mesmo estã-se pura e simplesmente nas tintas.

    Bom blog. Um cumprimento

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  2. Caro Kruzes kanhoto,

    penso que ninguém discordará que as andorinhas sujam muito os edifícios onde se instalam. Mas uma vez mais estamos a entrar em conflito na convivência com outros animais. Nem tudo deve ser controlado pelo homem e, na medida do possível, deveremos respeitar o direito ao espaço dos outros animais. Deveremos fazer um esforço para conviver em harmonia com os outros animais.
    Gostava só de deixar uma sugestão: a tomar-se alguma medida para resolver a situção, deverse-á ter em conta o período de migração das andorinhas, ou seja, deve-se proceder à remoção dos ninhos e sujidade e instalação de redes nos sítios de nidificação após a "emigração" das andorinhas e não, como muitas vezes se vê, enquanto elas ainda estão no período de reprodução. Para além de ser uma perda de tempo e dinheiro em mão de obra, porque elas voltarão a construir o ninho no mesmo sítio, constitui um atentado contra a espécie.
    Lembro-me de quando era pequeno, a escola primária de Alcáçovas enchia-se de andorinhas na primavera e com elas as paredes de porcaria nos meses seguintes. Era uma realidade, mas as crianças gostavam muito de as ter no recreio. Quando se aproximava o verão, e quando já existiam novas andorinhas a nascer, a câmara lembrava-se de deitar abaixo os ninhos. Acredite, era um cenário de tristeza e injustiça para todos. Não se compreendia o porquê de se matarem crias quando a alguns dias dali elas voltariam a abandonar a escola e partir para outras paragens.
    Há que ter alguma paciência, ter consciência que há espaço para todos e ter atitudes preventivas, não reactivas.
    B. Borges

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