Numa iniciativa aparentemente simpática, alguns municípios tem vindo a reduzir a sua participação no irs, aliviando assim os contribuintes residentes na sua área de jurisdição de algumas dezenas ou, conforme os rendimentos ou o valor da redução, centenas de euros.
Esta medida não se deve ao facto de os cofres municipais estarem sem espaço para acomodarem mais notas nem, ao que se sabe, à situação financeira das autarquias ter evoluído de tal forma que exista um excedente de receita.
O argumento mais frequentemente utilizado é o do combate à desertificação e à necessidade de fixar população ou, até mesmo, chamar novos habitantes seduzidos com uma redução do imposto que pode chegar até ao cinco por cento.
A bondade desta medida não poderá ser constatada a curto prazo. Parece no entanto pouco provável que os jovens, terminados os estudos, se fixem na sua terra se esta em vez de emprego apenas tiver para lhes oferecer uma redução de impostos. Ou que um trabalhador, daqueles que pagam impostos, faça a sua opção profissional em função dessa variante.
Arrisco-me a prever que esta medida nos municípios onde for tomada, contribuirá para fazer retornar à sua terra, pelo menos em termos de morada oficial, muitos dos recém reformados que, em busca de melhores condições de vida ou, simplesmente, porque lhes apeteceu, a abandonaram enquanto jovens. O que até nem é necessariamente mau.
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