Obviamente
que não questiono a sapiência, quanto a esta matéria, dos setenta
e quatro subscritores do manifesto a pedir a reestruturação da
divida. Saberão, naturalmente, muito mais dessas coisas do que eu.
Até porque, à beira dessa gente, não passo de um iletrado. Há, no
entanto, algo que me incomoda. Me atormenta, digamos. Parte
significativa da divida está nas mãos de bancos nacionais ou a
operar no país, da segurança social e de muitos portugueses que
investiram as suas poupanças em certificados na esperança de algum
retorno que lhes compense o que lhes está a ser roubado pelo cortes
nas reformas e vencimentos. Daí me parecer que esta malta estará a
querer arranjar mais uns quantos BPN's e acabar de vez com as
economias dos portugueses. Digo eu, que não percebo nada disto e que
acredito não ser o pagode que subscreve estes manifestos parvo de
todo. Embora, assim de repente, quase pareça...
Acabar de vez com as economias dos portugueses? Eu acho que já aconteceu. As economias já eram. Vi e ouvi - penso que foi esta semana que passou - um senhor reformado que dizia ter conseguido poupar algum dinheiro ao longo da sua vida e que neste momento já não tinha nada. As economias tinham servido para ajudar os filhos e os netos. Dava para perceber que o senhor estava triste, quase a chorar, acredito que pela situação dos filhos e netos, mas também acredito que não deve ser fácil ficar de repente sem todas as suas economias. Sem nenhuam margem de segurança.
ResponderEliminarSim, há quem já tenha perdido tudo e, pelo caminho que as coisas levam, mais irão perder. Agora que os depósitos a prazo e o valor investido em certificados estão num dos seus pontos mais altos também é verdade.É parte desse dinheiro que irá à vida com a reestruturação da divida. Mesmo que os depósitos estejam garantidos e ninguém fique sem o seu dinheiro, o problema é que alguém será chamado a tapar o buraco. E eu desconfio quem vai ser...
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