terça-feira, 30 de abril de 2013

Esclarecimento importante (ou nem por isso)


A propósito dos comentários que foram feitos em relação a este post entendo por conveniente esclarecer o seguinte:
- O responsável pelo estado lastimável do terreno sou eu. Enquanto proprietário cabe-me, de facto, a responsabilidade por permitir a existência de toda aquela erva. E, já agora, de muita mais que não coube na fotografia;
- Como será fácil calcular, conforme saliento naquele e noutros escritos acerca do tema, o rigoroso e prolongado Inverno foi o culpado pela proliferação de ervas daninhas. Pior ainda. As chuvas contínuas impediram que, sequer, pudesse tratar do que lá cultivei dado que o acesso ao terreno ficou impraticável;
- De salientar que a fazenda fica num ermo a uma dúzia de quilómetros do local onde moro não sendo, por isso, um sitio onde me possa deslocar todos os dias;
- Naturalmente que tudo aquilo será cortado. Em seu devido tempo, como é evidente. A cortar agora voltariam a crescer. O que, isso sim, representaria um potencial perigo de incêndio quando, no Verão, secassem;
- Finalmente, recordo que nada arde por combustão espontânea. Por mais inflamável que seja o pasto em que esta erva se vai tornar apenas arderá se alguém lhe deitar fogo. Coisa que, diga-se, acredito perfeitamente um ou outro “vizinho”, que de vez em quando por ali se deslocam propositadamente à procura de algum item, possa fazer.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Moda Verão 2013



Por alguma razão, de certeza muito válida mas que escapa ao meu entendimento, a rapaziada gosta de usar as calças ao fundo do rabo com uma parte dos boxers à vista de todos. Será, segundo algumas teorias, uma moda relacionada com tiques de paneleiragem. Seja como for, isso é lá com eles. As calças são deles, os boxers também, portanto usem-nos lá como lhes dê maior satisfação.

Há, no entanto, sempre quem esteja disposto a ir mais além. A inovar, digamos. E o campo da moda é propicio a inovações e a ir sempre mais longe. Presumo que seja isso que o jove mais à direita na fotografia está a fazer. Quiçá a ditar as novas tendências da moda verão 2013. Exibir a roupa interior já era. A moda vai ser mostrar a peida. O que não terá nada de mais. O cú é deles. Assim sendo que façam com o dito o que mais lhes agradar. 

domingo, 28 de abril de 2013

Anda por aí uma malandragem...


Tenho alguma dificuldade em perceber o objectivo de certos roubos. Furtos, vá. Os motivos porque alguém arrisca, se apanhado com a mão na massa, levar uma tareia para furtar ninharias constitui desde sempre um enigma apenas vagamente justificado pela imbecilidade do meliante.
Não estou a pensar em quem rouba uma lata de atum ou um pão porque tem fome. Embora, na generalidade dos casos em que isso acontece, quase sempre se faça um drama quando a realidade, na maioria das circunstâncias, apresente uma configuração bastante diferente.
Recordo-me, por exemplo, quando há trinta anos atrás a malta ainda era pobre e andava de motorizada. Daquelas de barulho irritante e acessíveis a todas as bolsas que pouco tinham a ver com estas todas sofisticadas e caríssimas que agora por aí circulam. Nesse tempo roubavam-se, nunca soube porquê, as tampas dos depósitos de gasolina das motoretas. Apesar de, mesmo para a época, o preço ser praticamente insignificante chegavam a gamar dúzias delas de uma só vez.
Neste fim-de-semana prolongado furtaram os tampões das rodas – embelezadores, parece que é assim que se diz - do meu rodinhas. Ao meu e a mais uns quantos automóveis estacionados no mesmo parque. Uma parvoíce, porque aquilo não vale nada. Um conjunto de quatro coisas daquelas custa nove euros e noventa no Continente. Duvido, por isso, que algum esfomeado ou vitima das politicas de direita e da sociedade capitalista – expressões que ficam sempre bem para justificar a pequena criminalidade - consiga matar a fome, sua ou dos seus, com o que me gamou. Mas que lhes façam bom proveito. A ele e ao Belmiro.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Erva.


Um matagal onde só a muito custo se conseguem lombrigar as couves, alhos, ervilhas, espinafres e outras hortícolas, foi no que a prolongada e rigorosa invernia transformou a fazenda. A reforma agrária – no sentido de reformar o aspecto do terreno agrícola - terá de passar por aqui nos próximos tempos. Talvez até uma revolução. Para revolucionar a aparência da courela, claro. 
Lamentavelmente esta erva não é da que se fuma. Se fosse estava rico. Ou preso, se calhar. 

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Não há dinheiro, não há pópó...


Lamentava-se hoje um presidente de junta de não poder assegurar o transporte – para a escola, presumo - a umas quantas crianças da sua freguesia. Estava visivelmente triste, o senhor. Acrescentava, agastado com a situação, que as criancinhas não têm culpa nenhuma e que coisas destas não se fazem. Tudo culpa da politiquice pré-eleitoral, quase que sugeria.
Estive prestes a solidarizar-me com o autarca. As ideias para um post, a desancar nos patifes que obrigam os fedelhos a andar a pé, começavam já a fervilhar quando chegou a segunda parte da noticia. Não havia transporte porque um credor mais impaciente tratou de penhorar as carrinhas da junta para garantir o pagamento do que lhe será devido e que a autarquia, alegadamente, não terá pago. Foi por essa altura que a minha solidariedade mudou de campo. Passou, definitivamente, para o lado do credor. Os lamentos do homem afinal mais não eram do que lágrimas de crocodilo e as suas queixas apenas desculpas de mau pagador.
Acredito que apenas o desconhecimento, o deixa-andar que ainda caracteriza grande parte dos empresários ou o medo de perder futuros negócios, estará a fazer com que as autarquias não estejam já paralisadas por terem grande parte dos seus bens alvo da penhora dos credores. E também, convém não esquecer, por o governo revelar uma incapacidade confrangedora em aplicar as medidas previstas no memorando com a troika para o sector da justiça.


terça-feira, 23 de abril de 2013

Ai aguenta, aguenta...


Há, obviamente, espaço para muitos cortes na despesa pública. Todos somos capazes de identificar inúmeras situações de gastos do Estado onde uma valente tesourada seria muitíssimo bem aplicada. Principalmente quando os afectados são os outros. Não fujo, tal como toda a gente, a esta tendência. Reconheço, no entanto e ao contrário da maioria, que isso de cortar em motoristas, gabinetes, mordomias diversas ou no BPN, por mais moralidade que revele, não passa de trocos e é preciso ir muito mais fundo.
Saúde, educação, segurança social e autarquias são alguns dos sectores onde é necessário cortar a sério. Não concebo, por exemplo, que apesar de não haver dinheiro se continuem a fazer abortos - sem ser por motivos de saúde - completamente gratuitos. Ou porque não se privatizam serviços de saúde aplicando o mesmo principio da ADSE. Tenho também dificuldade em perceber que, na educação, não haja coragem – como parece que, afinal, não há – de acabar com aquilo a que chamam actividades de enriquecimento curricular. Ou porque se insiste em construir escolas onde não existem crianças. Faz-me igualmente espécie, quanto à segurança social, que não se mexa nos subsídios de toda a espécie atribuídos sem qualquer controlo. Ou de retirar as reformas, pequenas ou grandes, a quem nunca descontou e tem contas bancárias com muitos zeros do lado certo da virgula. E, no que respeita ao poder local, nem é bom falar da incapacidade de moralizar os autarcas que, alheios ao mundo que os rodeia, continuam a esturrar dinheiro como se não houvesse amanhã.
Um dia, mais cedo do que tarde, com este governo ou com outro – por mais patriótico e de esquerda, seja lá o que for que isso signifique - vamos chocar frontalmente contra um cofre vazio. O que, lamento dizer, não será necessariamente mau. Parece ser a única maneira de, finalmente, percebermos o significado da frase “não há dinheiro”. Pena é que vamos todos no mesmo autocarro. 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Minoria ruidosa


Vai uma grande azia entre os poucos adeptos do pontapé na bola que não torcem pelo Benfica. Nomeadamente entre os dez ou quinze por cento que têm os leões ou o clube do porto como emblemas da sua preferência. Só grandes penalidades não assinaladas diz que foram para aí umas dez. Ou mais. Jogadores de vermelho vestidos que deviam ter sido expulsos e continuaram em campo consta que também foram uns quantos. Uma lástima de arbitragem, portanto. Responsável, garantem, por esta derrota dos verde e brancos. Das outras, e esta época já foram mais que muitas, não se conhece a paternidade. Mas isso agora, parece, não interessa nada.
É surpreendente a exigência que os adeptos – os oitenta por cento de apreciadores do pontapé na bola que torcem pelo Glorioso são igualmente assim – colocam no rigor e na qualidade do trabalho dos árbitros. Impressionam as atitudes de pessoas aparentemente normais e ajuizadas quando estão em causa futilidades como o futebol. Se fizéssemos o mesmo relativamente às decisões dos políticos e manifestássemos a mesma intolerância quando considerássemos que estes agiam de forma errada, teríamos, de certeza um país muito melhor. Mas não. Os erros do árbitro é que nos chateiam. 

domingo, 21 de abril de 2013

Mas esta malta pensa que ainda estamos no PREC?!


Não gosto de touradas. Nem de fados. Apesar disso não me incomoda, nem considero que deva ser proibida, a realização de espectáculos de nenhuma dessas actividades artísticas  Ou de outras. Incluindo o lançamento de anões. Isto desde que não seja o dinheiro dos contribuintes, o tal que não há para a saúde ou a educação, a financiar a sua existência, promoção ou divulgação.
O que já me desagrada é a maneira como os promotores destes espectáculos – e de outros, diga-se – promovem os eventos. Espalham impunemente cartazes por todo o lado. O que, para além do impacto visual extremamente negativo, causa com frequência danos em bens públicos e privados cuja conta raramente é apresentada aos responsáveis pelos estragos. O mesmo não acontece ao cidadão comum. Esse todos os meses paga, na factura da água, o lixo que produziu durante o mês. Ou, mesmo que tenha reciclado tudo, aquele que a entidade cobradora acha que terá produzido.
No caso da imagem, se ninguém fugiu com a receita da bilheteira, provavelmente sobrará “algum” para pagar a multa. Sim, porque neste caso nem duvido que os serviços competentes foram-no de facto e agiram em conformidade. 

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Se a moda pega... (isto anda mesmo tudo ligado)


Um alegado grupo de alegadas esposas de Viseu resolveu criar um blogue onde pretende denunciar publicamente os alegados clientes das alegadas prostitutas alegadamente estabelecidas na alegada cidade de Viriato. Até aqui nada de mais. O pior é o método escolhido. As alegadas esposam estão a divulgar matriculas de automóveis que, alegadamente, pertencerão a alegados clientes. O que é, acho eu, uma insensatez. Nomeadamente se o alegado freguês e pretenso prevaricador se tiver deslocado até ao local da alegada prevaricação num carro emprestado, roubado, ou, simplesmente, sem que a respectiva transferência de propriedade tenha sido efectuada. Isto para não falar de matriculas falsas, erros de digitação da matricula e deficiente leitura da mesma. Até porque estas actividades são predominantemente nocturnas e, como se sabe, de noite todos os gatos são pardos e as matriculas mais difíceis de ler.
Sugiro, portanto, se alguma destas alegadas esposas me ler, uma mudança de estratégia. Fotografem os automóveis e coloquem as imagens no blogue. Ou, melhor ainda, filmem ou tirem fotografias aos alegados frequentadores da alegada fornicação pecaminosa que, alegadamente por aí se pratica. E publiquem-nas. Quem se sentir incomodado que recorra aos tribunais. É para isso que eles servem. Alegadamente, claro.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Férias de Natal


Se eu fosse um chalaceiro como os gajos do governo, diria, assim a jeito de graçola de oportunidade, que a passagem dos duodécimos do subsidio de natal a subsidio de férias, com este a ser pago pelo natal e a “levar” com o acerto do irs, estaremos em presença de um subsidio de férias de natal. Pequenino, como as férias que alguns gozam por essa altura.
Podia, em alternativa, dizer que estamos perante mais uma palhaçada. Que não constitui qualquer surpresa, diga-se. Nada de muito diferente seria de esperar vindo do conjunto de palhaços que – enquanto povo – colocámos no poder em substituição dos palhaços que lá estavam antes. 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Comer sem pagar


Os agricultores são uns chatos. Reclamam de tudo. Da chuva e da falta dela, do calor, do vento, dos produtos espanhóis e, agora, dos impostos. Nomeadamente daqueles que não querem pagar. Acham-se, vá lá saber-se porquê, no direito de viver à margem do sistema fiscal e de não contribuir para o funcionamento do país.
Alegam que é ridículo passar uma factura quando vendem uma alface, uma couve ou um molho de coentros. Será. Mas, passando facturas ou não, terá de haver uma forma de colocar esta gente a pagar impostos sobre o rendimento, muito ou pouco, que obtêm com os seus negócios. E não havendo facturação parece-me que há-de ser difícil fazê-lo.
Enquanto isso vão exigindo mais subsídios para a sua actividade. Ou seja. Querem comer uma fatia cada vez maior de um bolo cada vez mais pequeno. E o pior é que não querem contribuir com farinha nenhuma para a sua confecção. Nem com qualquer outro ingrediente. Uns lambões, portanto.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Tudo à borla!


Desde tempos imemoriais que ando a lamentar a ausência de juízo e a incapacidade de muita gente para perceber a realidade em que vivemos. Nomeadamente daqueles que, tendo responsabilidade na gestão de dinheiros públicos, o fazem de forma absolutamente descuidada. Chamemos-lhe, simpaticamente, assim.
Se, por um lado, o governo – estejamos ou não de acordo quanto à receita aplicada – procura reduzir de forma drástica a despesa do Estado, por outro, as autarquias esforçam-se por fazer exactamente o oposto. Gastar o mais que podem. Os espectáculos sucedem-se, os eventos multiplicam-se e o “investimento” prolifera. Em consequência disso os credores desesperam e os contribuintes vêem os seus rendimentos esmifrados para pagar o desvario instalado. Mas acabar com este estado de coisas deve ser, presumo, claramente anticonstitucional. E pouco popular entre os eleitores, talvez.
Vamos lá, o tempo já está bom, a inscrição é gratuita, há transporte até ao local e lanche no final. Não há desculpa para ficar em casa!”. Escrevia, no seu espaço no facebook, o presidente de uma das câmaras mais endividadas da região, visivelmente empenhado em divulgar um evento promovido pela sua autarquia. Não será, obviamente, por causa desta iniciativa que a tesouraria municipal fica mais aflita do que já estará. O pior é o exemplo. Foi a falta dele e muitíssimos milhares de iniciativas como esta que contribuíram para nos fazer chegar até aqui. Mas, toda a gente sabe, a culpa é do Gaspar e da troika. Nem me passa pela cabeça insinuar que “gestores” destes possam ter a mais leve responsabilidade. Até porque é disto que o povo gosta! E que a brigada do croquete aplaude!

sábado, 13 de abril de 2013

Abre um dia destes, portanto.


As gralhas são lixadas. Estão por todo o lado. Inclusivamente - e até com uma frequência inusitada – aqui pelo Kruzes. Mas quando acontece aos outros tem muito mais piada. De resto as que vão pousando neste espaço quase não têm visibilidade enquanto as desta montra são vistas, diariamente, por largas centenas de pessoas. Seja como for o destaque não é por “mangação”. Que é uma bela expressão infelizmente caída em desuso. É apenas porque não tinha nada de mais – nem de menos - interessante para postar. 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Protestem, pá!


Presumo que por esta altura já Passos Coelho, todos os seus ministros e secretários de estado, deputados e restante malta dos partidos da coligação, bem como toda a panóplia de comentadores que, para além de comentar, recebem ordenado e ou pensões pagas pelo estado, tenham dado indicações aos serviços processadores que não pretendem receber o subsidio de férias. É que isto a coerência é muito bonita e o exemplo é muito lindo. E era uma maneira eficaz de manifestar o desagrado que lhes vai na alma pela decisão dos juízes do Constitucional...

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Não é que me importe, mas...


Em conferência de imprensa o presidente do Sporting – o Bruno, como é carinhosamente conhecido entre os sportinguistas – explicava que vai concretizar a promessa eleitoral de fazer uma auditoria à forma como a instituição tem sido gerida. Pretende, com certeza, obter explicações quanto aos motivos que levaram o clube – a SAD, ou seja o que for – a chegar a este ponto. A ideia, digo eu, será identificar os erros para, de ora em diante, mudar de vida e recolocar a agremiação no lugar que merece. Tarefa difícil espera o homem. Especialmente se a nova forma de gestão envolver essa coisa do rigor. Será, provavelmente, uma caminhada solitária. O que até pode ser bom. Nem todos os compagnons de route são boa companhia quando o trajecto a seguir não deixa espaço para fantasias. 

terça-feira, 9 de abril de 2013

Alimárias


Um quadrúpede perto de uma bomba de gasolina constitui um cenário capaz de proporcionar umas quantas piadolas. Se a isso juntarmos o proprietário da alimária e os apreciadores do bicho – potenciais compradores, quiçá – estarão reunidos todos os ingredientes para meia-dúzia de dichotes a atirar para o javardote. Coisa que, como se sabe, não constitui prática deste blogue. É por isso que o post fica por aqui. Curtinho. Antes que a coisa descambe. 

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Dia do cidadão de etnia cigana


Diz que se assinalou hoje o dia do cigano. Talvez tenha estado desatento - ou mais preocupado com isso da crise – mas não dei conta de comemorações a assinalar a efeméride. O que, a não ter acontecido, se revela a todos os títulos inconcebível e me deixa deveras desapontado. Não digo a distribuição de casinhas, cheques do rendimento mínimo ou, para as mulheres ciganas, broches com a figura de um sapo. Não era preciso tanto. Chegava uma festa, um almoço, um lanche ao menos. Mas não. Nada. Népias.
Vão ver esqueceram-se. Mas pior que o esquecimento é organizar debates, colóquios, simpósios ou o raio que os parta. E disso fizeram uns quantos. A participação deverá ter sido intensa e as conclusões, presumo, brilhantes. Ou não fossem os ciganos conhecidos pela intensidade das suas participações em coisas e pelo brilhantismo das suas conclusões. Acerca das coisas. Também. Talvez mais para a noite se ouçam uns tiros. Para o ar ou noutra direcção qualquer. É, ao que consta que eu não sei nada disso, a forma costumeira desse pessoal comemorar datas importantes. Para eles, claro.

domingo, 7 de abril de 2013

Agricultura da crise


A agricultura da crise está, também ela, em crise. A invernia, anormalmente rigorosa e prolongada, tem inviabilizado a aposta na produção hortícola. Da courela há muito que não tenho noticia. O estado do terreno e a muita erva que entretanto cresceu não permitem sequer uma aproximação à área. Salvar-se-ão, presumo, os alhos da crise que, da última vez que foram avistados, estavam benzinho. Cá pelo quintal só o faval tem aguentado as agruras do clima. O pior é que já estamos em Abril e favas nem vê-las...

sábado, 6 de abril de 2013

Qual é o drama?! Sim, qual é a porra do drama?!


O roubo de um mês de vencimento – prefiro chamar-lhe assim – aos funcionários públicos a que o Tribunal Constitucional finalmente pôs cobro era, insisto, uma opção apenas baseada na convicção ideológica de que é necessário empobrecer os portugueses. A sua relevância para as finanças públicas não é, nem de perto, aquela que os partidos da área governativa, a generalidade dos comentadores e outros parvos, lhe querem atribuir.
Está, de facto, em causa muito dinheiro. Mas, como quase toda a gente sabe, um orçamento tem duas componentes. A receita e a despesa. E, por uma razão qualquer que me escapa, toda a gente está apenas a olhar para a segunda em lugar de ter em conta a diferença entre ambas. Que, no caso, é negativa originando o famigerado deficit. Os tais 1,2 milhões que o Estado terá de despender e com os quais não contava farão, naturalmente, aumentar a despesa inicialmente prevista. Mas – e parece que há muita gente a esquecer isso – mais de metade deste valor regressa aos cofres do Estado sob a forma de impostos e contribuições. O que significa um aumento de receita que, se as contas do Orçamento foram feitas correctamente, não estaria nas previsões.
Em termos líquidos, o que realmente conta para o deficit, serão seiscentos milhões de euros. Muita massa, ainda assim. Mas Passos Coelho e os seus comparsas deverão encarar isso como uma oportunidade. Com a falta de hábitos de poupança dos portugueses muito desse dinheiro irá fazer crescer as receitas do IVA. Ou, no caso dos mais poupadinhos, aumentar as contas bancárias. O que é bom na mesma. Melhora a liquidez dos bancos e diminui a necessidade de o governo lá injectar mais uns milhões.
Por último, mas não menos importante, também era bom que alguém explicasse por que raio toda a gente achou uma esplêndida ideia a injecção de mil milhões de euros nas autarquias, através do PAEL, e considere agora dramático, capaz até de pôr em causa a sobrevivência do país, que metade desse dinheiro seja colocado à disposição das famílias. A menos que achem que os autarcas gerem melhor o dinheiro que lhe colocam à disposição do que, por exemplo, eu faço a gestão das minhas finanças. Mas isso já seria um caso do foro clínico.


quarta-feira, 3 de abril de 2013

Não percebo


Essa coisa da filosofia nunca foi a “minha praia”. Não sou dado a filosofices e detesto aquela malta que recorre sistematicamente a frases feitas, quase sempre desprovidas de sentido, pensando que estão a fazer uma grande figura. Deve ser, admito, por ter manifesta dificuldade em entender a fantástica mensagem que se esconde dentro de tão grandes tiradas.
Isto para dizer que não estou a ver onde quer chegar o líder do partido socialista quando nos garante que “há uma primavera a despontar, há um Abril a nascer em Portugal”. Não percebo. A primavera já por cá anda vai para quinze dias e chove como o caraças. Se isto é despontar vou ali e já venho. O Abril, esse, vai no dia quatro. Para um mês de trinta dias não o podemos considerar propriamente um nascituro. Nem, sequer, um recém-nascido. Vá lá, com boa vontade, um puto da escola primária.
Prefiro os números. Não mentem e dificilmente se prestam a baboseiras como a proferida pelo aspirante – lagarto, lagarto, lagarto – a primeiro-ministro. Verdade que há quem diga que, sob tortura, dizem aquilo que nós quisermos. Até pode ser. Mas o torturador corre o sério risco de fazer figura de parvo. Olhem, por exemplo, os apaniguados do mais recente comentador da RTP.

terça-feira, 2 de abril de 2013

E o principio do poluidor pagador não vos diz nada?!


Este mastim é um dos principais responsáveis pelas cagadelas de proporções épicas que, não raramente, documentam a minha indignação perante a atitude absolutamente javardola de gente que se acha no direito de poluir o espaço que é de todos. Não é o único mas é, seguramente, o maior cagão das redondezas.
Intrigam-me os motivos que levam os gajos com responsabilidade neste país – a troika, o governo, os autarcas – a ignorar esta potencial fonte de receita. Se um imóvel, que é um bem indispensável a todos os cidadãos, paga centenas de euros por ano para o município – e, recorde-se, não provoca qualquer despesa aos cofres públicos – não se percebe porque raio a posse de um cão não tem igual tratamento. Deve haver aqui algo que me escapa. A coisa é de tal forma surreal que eu pago à câmara uma taxa por causa do cabo que passa por cima do meu quintal, mas o dono do cão que vem cá cagar não paga nada por isso. Estranhas as prioridadezinhas da malta que nos desgoverna.

Ontem foi mentira. Amanhã não garanto.


Já dizia um figurão qualquer que aquilo que hoje é verdade amanhã pode ser mentira. Ou o contrário. Por isso o post de ontem, que à data era mentira, pode muitíssimo bem transformar-se em verdade. Foi, de todo, impossível proceder a este esclarecimento mais cedo. O que faz com que lamente ainda mais os eventuais transtornos, nomeadamente ao nível emocional, que esta inocente mentira do primeiro de Abril possa ter causado. É, reitero, mentira que venha aí a tal TMIP. Hoje. Amanhã não posso garantir.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

TMIP. A nova taxa que vamos pagar um dia destes


Os municípios cobram-nos taxas por tudo e por nada. Mas, na opinião dos autarcas, ainda não são as suficientes. Temos de pagar mais. Há que financiar o regabofe autárquico que não parece dar mostras de se conter perante a austeridade. A crise e a recessão forneceram até uma janela de oportunidade para esturrar ainda mais dinheiro a pretexto do combate às ditas e de um suposto auxilio às populações. Daí que - com crises ou sem elas, com austeridade ou não – será sempre necessário esmifrar os bolsos ao contribuinte. Pelo menos enquanto, como até aqui, a malta apenas se chatear com os ministros das finanças e for perdoando as tropelias dos seu autarcas.
Depois da inacreditável taxa sobre as dormidas que alguns municípios já estão a cobrar, cerca de um euro por noite e por pessoa em unidade hoteleira situada na área de circunscrição do respectivo município, pensou-se que já não haveria mais para taxar na esfera das competências municipais. Puro engano. Vamos, em breve, ter mais uma. Lembraram-se uns génios auto proclamados que existe ainda um serviço prestado pelas autarquias que não é pago directamente pelos munícipes. A iluminação pública. Trata-se de um serviço pelo qual os municípios pagam anualmente muitos milhões de euros, que requer investimentos avultados e do qual não têm qualquer retorno. Adivinha-se, por isso, que na factura da electricidade, um destes dias, apareça mais uma linha. A TMIP. Taxa Municipal de Iluminação Pública. Para nos deixar um pouco mais às escuras.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Sites com as contas escondidas e a cultura à mostra


Isto de procurar informação de carácter financeiro no site de muitos municípios revela-se uma tarefa bastante complicada. Até parece que têm alguma coisa a esconder ou que lhes desagrada que os contribuintes tenham acesso a uma informação que, por força da lei, deve estar acessível ao público. Acha-lá, no entanto, nem sempre é fácil. Presumo que – nem todos, é bom de salientar – sigam o estratagema que um autarca sugeriu, num determinado local que agora não vem ao caso nem eu vou revelar que se tratava de uma reunião de divulgação da lei dos compromissos, que consistia em esconder tudo tão bem escondido que quem lá quisesse meter o nariz desistisse antes de ver fosse o que fosse.
Vá lá saber-se porquê, o mesmo não sucede relativamente à divulgação daquilo a que chamam actividades culturais. Essas merecem lugar de destaque nos respectivos sites e em tudo o que é lugar para onde qualquer cidadão seja obrigado a olhar. Desde a televisão aos sinais de trânsito. Compreende-se. As festarolas sempre deram mais votos do que a boa gestão. 

quinta-feira, 28 de março de 2013

Também tu, Sócrates?!


Como escrevi anteriormente poucas coisas me podiam interessar menos do quer que seja que tenha para dizer o suposto engenheiro e ex-dirigente politico que ontem foi entrevistado na televisão. O estado do país fala por ele. Retenho apenas uma frase que, segundo os muitos rescaldos que têm sido feitos e a que estou com manifestas dificuldades em fugir, o homem terá proferido: “Quando deixei de ser primeiro-ministro pedi um empréstimo ao meu banco para, durante um ano, ir estudar para Paris”. Ora, a ser verdade – e quem somos nós simples mortais para duvidar do honestíssimo cidadão – estaremos perante mais um caso de alguém que, manifestamente, viverá acima das suas possibilidades. Um endividado, portanto. Mais uma ou duas entrevistas e ainda há-de jurar que as fatiotas eram alugadas e que teve de pedir um crédito à Cofidis para equipar a cozinha.

quarta-feira, 27 de março de 2013

Vamos lá registar a facturazinha...

Nem é preciso procurar muito para encontrar – na Internet e no mundo real – gente indignada com aquilo a que chamam novas regras de facturação. Ainda estou, confesso a minha ignorância, para saber porquê. Parece-me, a menos que ande distraído, que pouco ou quase nada mudou na lei que suscite tanta irritação ou que implique uma alteração radical no dia a dia do cidadão comum. Quem vende um bem ou presta um serviço tem de passar factura e quem o compra, caso o vendedor ou prestador de serviços não o faça, tem obrigação de pedi-la. Nada que não fosse já assim nem que constitua motivo para dúvidas.
Há quem se orgulhe, até, de recusar liminarmente que lhe seja passada factura. Se calhar será gajo para, também, se lamentar da elevada carga fiscal que lhe incide sobre o magro ordenado. Ou mesmo refilar dos comerciantes que, lá no colégio do filho, pagam uma mensalidade muito menor do que ele. Está, agora, nas mãos de todos evitar que esse Estado de coisas, embora não acabe, seja combatido. Todos, ainda que pensemos que não, ganhamos alguma coisa com isso. Se mais não for, termos pelo menos a certeza que o dinheiro que pagámos de imposto sobre o consumo não fica no bolso do comerciante.
Segundo os últimos dados são mais que muitas as “empresas” que nunca tinham emitido uma factura. Serão também algumas as que, passando, não incluem no respectivo ficheiro - o tal SAF-T – a totalidade da facturação. É para isso que existe a possibilidade, de uma forma simples e intuitiva, ser o próprio contribuinte a fazê-lo. Tal como acabei de fazer relativamente a uma factura em que suportei mais de cinquenta euros de iva e que, apesar do comerciante já ter carregado o ficheiro do mês em que efectuei a compra, não constava na lista das minhas aquisições registadas no e-fatura. Temos pena. Contas são contas e se o valor do IVA não era para entregar ao Estado então tivesse-me feito o desconto correspondente. 


terça-feira, 26 de março de 2013

...E orgulham-se disso!


Nos últimos dias têm-se sucedido as noticias de Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia que, de forma gratuita, disponibilizam os seus serviços para preenchimento da declaração de IRS aos eleitores residentes na sua área de circunscrição. Das duas uma: Ou não sabem o que hão-de dar a fazer ao pessoal que têm ao serviço ou, razão tão plausível como a primeira, ainda não ouviram falar de crise, desemprego, falta de oportunidades ou concorrência desleal. Embora uma terceira hipótese não seja igualmente de descartar: Agradar ao eleitorado mais velhote para ir garantindo a reeleição.
Discordo em absoluto que as autarquias prestem este e outro tipo de serviço. Ainda sou do tempo em que era exigido, para tudo e para nada, o execrável “papel selado”. Nessa altura, com uma taxa de analfabetismo muito superior à actual, os funcionários estavam terminantemente proibidos de fazer qualquer requerimento aos contribuintes. Ainda que estes não soubessem ler nem escrever. Para isso existiam por perto de repartições de finanças, tribunais ou câmaras municipais, pessoas que ganhavam a vida a tratar destas burocracias.
Era aquilo a que hoje se chama iniciativa. Empreendedorismo, vá. Em escala nano-mini-micro, admito. Que, dizem, é necessário estimular. Conversa fiada, como se vê. Se algum jovem quiser, por estes dias “montar barraca” a preencher declarações de IRS a quem não sabe ou não tem paciência para papeladas estará condenado ao insucesso. Verdade que não ganharia muito mas, para quem não tem emprego e lhe sobra o tempo, uma centenas de euros dariam algum jeito. Mas isso é coisa que um caçador de votos não entende. 

segunda-feira, 25 de março de 2013

Que o Sporting nos continue a dar muitas alegrias...


O Sporting tem um novo presidente. Será, provavelmente, mais um dos muitos a cair em desgraça pouco tempo depois de a sua eleição ser celebrada de forma apoteótica. A instituição estará praticamente falida, fruto de décadas de péssima gestão desportiva e de desvalorização continua de activos, pelo que apenas um milagre pode colocar de novo o clube em condições de, nos próximos anos, chegar perto dos lugares cimeiros da Liga portuguesa. Inverter esta situação será uma tarefa ciclópica na qual o novo lagarto-mor dificilmente, este ou qualquer outro, terá sucesso.
Reconheça-se no entanto que o homem agora eleito parece revelar uma visão para a coisa bastante superior à dos seus antecessores. Integrar na sua lista o treinador do Moreirense é uma jogada ao nível de génio. Enfraquecer os adversários, indo buscar o treinador de um rival directo na luta pela manutenção - que para mais ainda terá de se deslocar a Alvalade – afigura-se uma boa estratégia que não lembrava a todos. Comparado com isto, contratar jogadores dos adversários em véspera de jogo é coisa de meninos.


domingo, 24 de março de 2013

Venham de lá mentiras novas!


Poucos assuntos me podiam deixar mais indiferente do que a anunciada contratação de José Sócrates para comentador politico na RTP. Não compreendo o entusiasmo de alguns, os muitos que ainda o veneram, nem a indignação de outros, os que o responsabilizam por todo o mal que aconteceu ao país. Menos ainda percebo a existência de petições – essa moda parva e inútil – a favor e contra a presença do ex-primeiro ministro, a mandar bitaites, na televisão pública. Deixem lá o homem falar. Ou, os que não gostam da criatura, que mudem de canal. É, de resto, para isso que serve aquela coisa com botões a que chamamos comando. 
Comentadores há muitos. Ex-políticos a botar opinião também não faltam em nenhum dos canais principais. Não vejo, portanto, motivo para tanto alarido. Neste caso até me parece que fizeram a escolha acertada, pois este é o gajo indicado para explicar aos portugueses os motivos porque estamos nesta situação. O que, caso ele mantenha a performance que o caracterizava antes de bazar para Paris, contribuirá seguramente para o enriquecimento do anedotário nacional. Valha-vos isso. Por mim dispenso. Quando quiser ver palhaços vou ao circo.

sábado, 23 de março de 2013

A dama e o Lulu vieram ao mercado


Embora incomparavelmente menos do que noutros tempos, o mercado de sábado de manhã em Estremoz continua a atrair muita gente das redondezas. Mas se as pessoas, as galinhas ou os coelhos são cada vez menos, os cães que os visitantes passeiam são cada vez mais. Mas antigamente os animais, excepto os destinados a venda, ficavam no “monte”. Hoje trazem-nos à cidade. Para nos cagar as ruas.